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Cidades

Delegacia nas Moreninhas é campeã em 'guardar' presos na Capital; serviço atrapalha investigações

Policiais civis acabam trabalhando como agentes penitenciários e ficam sem tempo para averiguar crimes

28 abril 2019 - 18h10Por Thiago de Souza

O número de presos que permanecem em delegacias da Polícia Civil em Campo Grande diminuiu nos últimos meses, de acordo com o Sindicato que representa os policiais civis de Mato Grosso do Sul. A situação ainda merece atenção, mas o problema se concentra mais no interior, diz a instituição.

O presidente do Sinpol-MS, Gian Carlo Miranda, contou que a delegacia onde mais presos permanecem é a 4ª DP, nas Moreninhas. Lá, ficam guardados homens que não pagaram pensão alimentícia.

"Lá ficam, em média, 40 presos. Estamos cobrando para que, assim que o novo presídio em Campo Grande fique pronto, que esses presos sejam encaminhados para lá’’, disse Miranda. O presídio em construção fica na região da Gameleira, saída para Sidrolândia.

Interior

Conforme descreveu o Sinpol, a permanência de presos em delegacias do interior do estado gera inúmeros prejuízos para a polícia e para a sociedade.

"Em vez de um policial ficar cuidando presos, ele poderia investigar crimes ou ir para as ruas’’, observou o dirigente do sindicato. Ele citou a questão do risco de vida, tanto de agentes da segurança quando da população.

"Existe o risco de fuga ou rebeliões, que comprometem a segurança de todos’’, constatou o dirigente. Gian Carlo citou o caso do policial Anderson Garcia da Costa, em novembro de 2015, que foi agredido por um detento durante um surto e morreu no hospital.

Em outro caso, em Itaquiraí, no dia 21 do mesmo mês, um agente foi agredido com uma barra de ferro quando cuidava de 21 presos na delegacia. Na ocasião, cinco presos fugiram.

O sindicato reconhece medidas do Governo do Estado para reduzir o número de presos em delegacias. Entre elas estão a construção de cadeias públicas junto das delegacias e a permanência de suspeitos em liberdade, monitorados por tornozeleira eletrônica.

Na visão de Gian Carlo, o preso só deve ficar em distrito policial quando for preso em flagrante até a audiência de custódia, ou seja, em 24 horas, ou então para que os suspeitos contribuam para a investigação, nos casos de prisão temporária.

Hoje, segundo o Sinpol, a situação é mais preocupante em Sonora, Sidrolândia, Nova Alvorada, Fátima do Sul, Bonito e Chapadão do Sul.