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Cultura

19/01/2014 10:55

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Bela natureza e aura mística dão fama ao distrito de Piraputanga

Refúgio

Seguindo a Estrada Parque de Piraputanga, a 108 km da Capital, é possível avistar a poucos quilômetros da rodovia BR 262 (direção à Corumbá) os primeiros morros da Serra de Maracaju. Casais de araras sobrevoam constantemente a estrada de terra que dá acesso à pequenina Palmeiras, o primeiro ponto de passagem, seguida por Camisão até chegar a Piraputanga, nosso destino.

O intuito é investigar o motivo pelo qual Piraputanga é cercada de mistérios e reconhecida como sendo um local místico e cheio de histórias fantásticas. De acordo com alguns moradores do vilarejo, o perfil de quem procura a cidadezinha é de pessoas que querem encontrar a paz, o entendimento de si próprios e descanso a fim de combater o estresse dos grandes centros urbanos.

Os sitiantes que compraram terras em Piraputanga não são exclusivos de Campo Grande. Pessoas do Brasil e exterior chegam ao lugar com a promessa de passar por experiências místicas (ou sobrenaturais) tornando o local ainda mais cercado por mistérios.

Procuramos a comunidade hippie residente no vilarejo. Não há uma comunidade específica, mas um ponto de encontro para quem é adepto da filosofia "paz e amor". Conhecidos apenas como Jefinho e Paulinho (ambos com idade desconhecida), os artesãos e hippies são moradores de Piraputanga há 23 anos. 

"Eu vim de Araraquara pra cá sabendo que aqui é um lugar extraordinário. Existe uma força que não me deixa sair daqui. É incrível!", relata Jefinho que possui uma casa no vilarejo. Paulinho também veio de outro estado para viver de forma modesta e em contato com a natureza. "Sou de Maringá e nosso maior sonho é conseguirmos criar de fato uma comunidade alternativa aqui."

Clima do vilarejo - Ao entardecer, cai uma fina chuva na cidadela pacata e silenciosa.  Nuvens densas tomam os picos dos morros da serra. Definitivamente, é um ponto de quietude para quem deseja sair da rotina alucinada da Capital. 


Jefinho conta que a atriz Cristiana Oliveira o procurou quando estava gravando a novela Pantanal. "Ela viu alguns trabalhos meus na Casa do Artesão em Campo Grande e quis me conhecer. Chegou a Piraputanga e se encantou com o clima daqui." 

Reduto dos milionários - Jefinho ainda relata o boom imobiliário que Piraputanga sofreu nos últimos anos. "O Jerson Domingos comprou várias fazendas aqui em volta. Zeca do PT comprou a fazenda Periquito e fez a Ecopousada." Paulinho completa: "há três anos, existia apenas uma piscina na cidade, hoje tem 26. O Edilson que limpa as piscinas tem todo o registro."


Histórias místicas

Jefinho diz que tem um projeto de publicar as lendas e o folclore popular da região para crianças. "Assim que cheguei aqui, já entrei com contato com os moradores antigos e fui registrando tudo o que eu escutava. Ao todo, são cinco histórias que ainda mexem com o imaginário das pessoas que moram aqui. Há quatro anos eu tento publicar, mas não consigo."

 

Serra de Maracaju envolve Piraputanga. Foto: Geovanni Gomes

 

Pedimos para divulgar uma das histórias no TopMídia News. Prontamente, Jefinho concordou em nos ceder a história dos Negrinhos do Rio, a seguir, na íntegra:

Os Negrinhos do Rio

Já lemos e sabemos dos intraterrenos e aquáticos. Esta estória é de aquáticos que foi ouvida pelos ribeirinhos no pantanal, para ser mais exato, em Piraputanga no Rio Aquidauana.

Certo senhor nativo já ouvira a estória dos negrinhos do rio, desde o tempo de seus avós:

Na parte mais funda do rio existiam pequenas criaturas que ali habitavam como seres humanos Mas tinham uma pele escura e lisa como a de alguns peixes. Com as mãos e pés em forma de nadadeiras. Os pés chatos lhes davam grande agilidade na água. Dentes afiados tal qual os das piranhas. De vez em quando ouvia-se falar que em bandos viravam os barcos, e soltavam os peixes que estavam dentro deles.

Um pescador muito astuto que por este rio pescava, sempre tinha em mãos um grande facão. Num rápido instante viu alguma coisa se movimentando na canoa. Sem pensar, deu com o seu facão em um dos braços destes seres de dentro do rio. Com medo, (ou nojo) jogou o braço no rio. Em seguida todos do bando desceram rio abaixo pulando, saindo e entrando na água como peixes fisgados.

E até os dias de hoje, o que escutamos falar é que naqueles tempos havia estes seres.

Mas era naqueles tempos...

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