A crise hídrica que o país vem sofrendo neste ano e que deve se arrastar pelos próximos meses pode ser um grande aliado para encarecer ainda mais a conta de luz dos consumidores no próximo ano. Para o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, nesta terça-feira (15), essa crise pode fazer crescer em até 5% o valor da conta.

Além disso, a agência regulamentadora prevê um aumento na conta de energia nas próxima semanas, contendo uma modificação de mais de 20% na bandeira vermelha, atualmente em vigor e que coloca R$ 6,24 na conta para cada 100 kWh consumidos no mês.

Um alerta de emergência hídrica, anunciado ainda em maio pelo SNM (Sistema Nacional de Meteorologia), foi destinado para o período entre os meses de junho a setembro. Segundo o comunicado, o alerta "está associado à escassez de precipitação para a região hidrográfica da Bacia do Paraná, onde se concentra parte da produção agropecuária e de energia das grandes hidrelétricas".

O estudo apontou que o índice de chuvas na maior parte da bacia hidrográfica apresenta-se em quadro moderado a extremo, levando em consideração últimos 12 meses, além de uma análise mais profunda, como levantamento dos últimos quatro anos.

"O número que o Ministério de Minas e Energia tem usado publicamente é que vamos ter um custo adicional de R$ 9 bi [de janeiro a novembro de 2021], até abril já se gastou R$ 4 bi adicionalmente. Isso vai ter impacto adicional na tarifa de 5% [em 2022]", explicou Pepitone.

Esse impacto deve chegar às tarifas residenciais e comerciais no próximo ano. Os chamados "consumidores livres" – empresas que compram energia diretamente das distribuidoras – devem pagar o adicional ainda em 2021.