Thayelle Reis, a Thata, chora, neste sábado (19), um ano da partida de Miguel, assassinado pelo próprio pai. A saudade é tanta, que a mãe, que mora em Aquidauana, ainda escuta o pequeno lhe chamar.
‘’Eu ouço meu filho me chamar. Eu ouço a voz dele’’, garante a mãe, ao segurar um cobertorzinho que era do menino, que partiu aos dois anos e onze meses.
Thata relutou em falar com a imprensa durante todo este tempo. Hoje, na data simbólica, abriu o coração e deixou as lágrimas caírem na frente de todos. O desabafo foi dado à jornalista Gisele Figueiredo, do blog Mulheres Inumeráveis.
Na entrevista, Thayelle mostra que ainda está com o coração partido. Tanto pela perda do filho quanto pelo julgamento social. Sim, alguns acreditam na versão do ''monstro'', que atribui o assassinato a um adultério, que ela nega. Ainda que fosse, barbáries não se justificam.
Thayelle se apegou à fé para encarar a perda e julgamentos sociais. (Foto: Gabriela Bernardes)
Há ainda nas costas da mãe, o peso de ser questionada pelo rompimento de um relacionamento que não suportava mais. Diante do sofrimento da perda e do julgamento, que deveria ser do criminoso, Thatá encontrou conforto e atirou-se nos braços da fé.
Thayelle não desiste e vai lutar com todas as forças para que o assassino recebe a pena máxima.
"Todos os dias eu acordo, coloco um sorriso que não é meu no rosto, e vou trabalhar. Trabalhar pra fazer justiça pelo Miguel. A mãe levou para a entrevista as coisas materiais do filho, embora marcantes, como um álbum de fotos, a cobertinha preferida do pequeno e alguns brinquedos, os preferidos dele. Ela fez duas tatuagens em homenagem ao querido.
O crime
Evaldo Christyan Dias Zenteno matou o filho afogado e confessou o crime. Ele não aceitava o fim do relacionamento com Thayelle.
A Polícia Civil descobriu que Evaldo premeditou o crime e, durante toda a investigação, se mostrou bastante frio quando contava os detalhes.