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02/07/2021 17:00

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Trabalho 'invisível' no conserto de respiradores salvou centenas de vidas em MS

Série de três reportagens mostrará como iniciativas da Indústria podem evitar mortes, recuperar a economia e transformar a sociedade na pandemia

A série de reportagens ‘Indústria Pela Vida’, do TopMídiaNews, inicia hoje com exemplo de iniciativas inovadoras. Tem muita gente colocando a mão na massa para ajudar Mato Grosso do Sul a vencer a pandemia. Isso inclui o trabalho em conjunto para salvar vidas, fomento à sociedade com ações transformadoras, e incentivo ao empresariado, tendo como consequência o aquecimento econômico. 

O Sistema Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) de Mato Grosso do Sul e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) estão empenhados e agindo em parcerias com o governo do Estado em diversos segmentos. Um deles é a saúde pública, com o conserto de respiradores hospitalares, que ajudam na recuperação de pacientes contaminados pela Covid-19.

Em apoio à SES (Secretaria de Estado de Saúde), o Senai-MS fez a entrega de 157 respiradores hospitalares para o uso em leitos sul-mato-grossenses.

Ideia inovadora

O diretor-regional do Senai-MS, Rodolpho Caesar Mangialardo, afirmou que o grupo sempre esteve mobilizado na tentativa de auxiliar o Estado de alguma forma na pandemia. 

“A ideia partiu da Fiems que, por meio do Senai-MS, tomou diversas ações para o combate à pandemia, alinhado ao Departamento Nacional, que identificou alguns estados que poderiam realizar essa ação de manutenção e conserto de equipamentos.”

O diretor-regional afirma que 115 respiradores foram reparados e entregues à SES na primeira fase (2020) e 42 nesta segunda fase (2021).

“Os trabalhos em Mato Grosso do Sul se concentram em Campo Grande, que recebe equipamentos não só da Capital, mas também do interior do Estado. Para fazer a manutenção dos equipamentos, o Senai preparou um espaço com toda a infraestrutura necessária e seguindo os protocolos de biossegurança, com área de desinfecção dos equipamentos, de triagem, acondicionamento, e uma carreta móvel de automação onde é efetuado o trabalho. São seis profissionais do Senai envolvidos, entre diferentes especialidades, além de voluntários que se prontificaram a ajudar”, explica o diretor-regional.

Diretor-regional Rodolpho Caesar Mangialardo acompanhando a equipe - Foto: Sistema Fiems

Economia na Saúde

Segundo Mangialardo, o governo teria custo estimado de cerca de R$ 5 milhões caso tivesse que comprar novos equipamentos. Porém, com ajuda do Sistema Fiems e Senai-MS, foi possível economizar e, em simultâneo, salvar vidas.

“O investimento médio por equipamento para o conserto foi de R$ 4 mil (por respirador) apenas em peças e manutenção, sem calcular a mão de obra, que foi feita pelos próprios colaboradores do Senai. Custo total estimado até agora é de mais de R$ 600 mil . Caso fossem comprados equipamentos novos, o valor poderia chegar a R$ 5 milhões”, aponta.

A média de uso dos aparelhos respiradores é de cinco anos. A validade varia, os equipamentos precisam de calibração e testes anualmente, que também serão feitos pelo Senai-MS. A instituição também recebeu cinco incubadoras neonatais da Maternidade Cândido Mariano de Campo Grande. Os equipamentos estão passando por análise e avaliação pela equipe técnica.

Iniciativas pela vida

Equipe responsável pelo projeto junto ao diretor do Senai-MS Mangialardo - Foto: Sistema Fiems

Os respiradores salvaram e ainda podem salvar centenas de sul-mato-grossenses. Para o diretor do Senai-MS, isso significa agregar forças com o poder público e privado para um bem comum: a vida!

“O Senai, por meio de suas expertises, [está] cumprindo sua missão de ajudar as indústrias e indo além, com ações que impactam em toda sociedade. Estamos somando forças com outras empresas nesse momento que requer esforço adicional de todos para o enfrentamento da pandemia”.

Mãos que salvam

Mas como é realizado o conserto? O gerente Senai Empresa, coordenador do grupo que assumiu essa missão, Thales Saad, explica que, antes do reparo, é necessária uma desinfecção inicial dos respiradores, com produtos especiais, para depois acondicioná-los em local apropriado, aguardando a triagem e o diagnóstico. Após serem liberados, são feitos testes de funcionamento e operacional para identificar as peças e circuitos que necessitam reparos.

Coordenador do grupo de trabalho para o conserto dos respiradores, Thales Saad - Foto: Sistema Fiems

“Além de peças quebradas ou danificadas (carcaça, botões de operação, visores), encontramos problemas no sistema elétrico (fonte e bateria) e circuito respiratório (circuito paciente, sensores). Alguns também precisaram de ajustes e revisões de software (programa). E, depois dos reparos necessários, todos são calibrados e passam por teste de segurança elétrica para garantir o funcionamento”, diz o gerente.

De acordo com Thales, a equipe conta com profissionais voluntários. “Temos engenheiros e técnicos que normalmente trabalham com projeto, manutenção e operação de máquinas industriais, mas que, com treinamento adequado, estão aptos para trabalhar com equipamentos médicos. Contamos também com voluntários que já trabalharam com esse tipo de equipamento. Ano passado, tivemos no pico do trabalho com 12 profissionais e hoje contamos com seis".

Equipe do Senai-MS trabalhando em um dos aparelhos - Foto: Sistema Fiems

Máquinas salvam, mas homens produzem - e consertam - máquinas

O fotógrafo Edgard Das Neves Pereira, 52 anos, foi o primeiro caso mais grave de Covid-19 no Estado. Ele passou 29 dias intubado no Hospital Regional e usou o respirador até mesmo quando permaneceu na enfermaria durante três dias. Ele passou 40 dias internado e, posteriormente, soube que o aparelho havia sido entregue pelo Senai-MS.

Edgar afirma ser grato à iniciativa que garantiu sua recuperação. “Acho que talvez o governo do Estado não teria dinheiro para comprar todos esses respiradores na época. Foi um trabalho muito bom do Senai-MS e ajudou a salvar minha vida. E está ajudando até agora. Até porque teve prefeitura pelo Estado que não tinha verba para compras. E eles fizeram tudo isso a um custo quase zero para o Estado.”

Edgar venceu a Covid-19 e agradece iniciativa do Senai-MS - Foto: Arquivo Pessoal/TopMídiaNews

Ele explica que visitou o Senai-MS e conheceu a equipe que faz o conserto dos aparelhos. Para ele, a atitude deles traz esperança de dias melhores.

“É uma atitude louvável. A saúde deve ser sempre em primeiro lugar e ser independente de quem está no governo. Os técnicos me mostraram como fazem o trabalho e são pessoas que se doaram. Dispuseram do tempo deles, da folga e do descanso para fazer o reparo desses aparelhos de graça. Então, isso significa que existem muitas mãos por trás de todas as pessoas que se curaram e se salvaram dessa doença. Eu fico muito grato mesmo.”

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirma que o apoio do Sistema Fiems e Senai possibilita que o Estado tenha condições de atender aos pacientes internados e aumentar suas chances de recuperação.  

“Foi de fundamental importância. Além da recuperação dos ventiladores pulmonares de todos os municípios do Estado, eles colaboraram com o sistema drive-thru (de testes da doença). O Sistema Fiems tem ajudado muito com doações de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), superrefrigeradores, equipamentos para melhorar as salas de imunização, entre outras iniciativas. Na época era difícil a aquisição dos aparelhos, pois os valores ficaram altos e não havia disponibilidade no mercado. Eles recuperam através do Senai e essa foi uma ajuda imensa. Só temos a gratidão ao presidente Sérgio Longen.”

O secretário destacou também a ajuda da Fiems com a vacinação contra a Covid-19, testagem em massa e diversas outras ações para controle da doença no Estado.

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