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Caminhoneiros anunciam nova paralisação para o dia 25 de junho

Categoria afirma que governo federal que não cumpriu o acordo de redução em R$ 0,46 do preço do diesel

22 junho 2018 - 12h34Por Rodson Willyams

Os caminhoneiros autônomos podem realizar uma grande paralisação novamente no próximo dia 25 de junho (segunda-feira) contra a política de preços praticada pela direção da Petrobrás e contra o governo federal que não cumpriu o acordo de redução em R$ 0,46 do preço do diesel.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Transporte no Brasil Liberdade e Trabalho, uma entidade que representa os caminhoneiros autônomos, José Roberto participou na última terça-feira (19) da plenária do Movimento Unificado Pela Redução do Preço dos Combustíveis e do Gás de Cozinha no auditório do Sindipetro-RJ, explicou sobre a situação da categoria e pontuou as razões da nova paralisação.

Para José Roberto, infelizmente, o Governo fez algumas promessas para a classe, que há tempos reivindicava a redução do preço do diesel, mas como sempre, de novo, o governo não cumpriu o prometido. Até o momento, após 15 dias após a paralisação, ninguém está vendendo ao caminhoneiro o diesel com o preço reduzido em R$ 0,46, conforme havia sido prometido. E por isso, a categoria dos caminhoneiros autônomos vai realizar uma nova paralisação a partir da meia-noite de domingo para segunda-feira, dia 25 de junho. 

Ao ser questionado qual o papel dos donos de empresas de transporte no movimento dos caminhoneiros. Roberto informou essas empresas usam a mão de obra de nós caminhoneiros autônomos que acaba por ser “prostituída” no mercado. 

"Então eles usam politicamente  a categoria, alegando que são donos da maioria da frota de caminhões, o que é uma inverdade. Na realidade, 70% da frota nacional é de propriedade dos caminhoneiros autônomos. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestre) tem um levantamento, em que diz que ao final de 2017, que existe no Brasil um total de 1.329.390 veículos transportadores de cargas para terceiros no Brasil, sendo que desse total, 417.957 são de registro de transportadores autônomos, 71.227 são de empresas de transporte e 203 são de cooperativas. São 610.944 veículos de transportadores autônomos, 708.405 veículos de empresas e 10.041 de veículos de cooperativas".

E ainda comentou sobre realidade dos autônomos quando se trata da negociação de preço de serviços a essas empresas que utilizam a mão de obra. "A transportadora fecha o contrato com o embarcador, tirando a comissão repassando para os autônomos. Um exemplo: é fechado um contrato de R$ 10 mil e é repassado para os caminhoneiros autônomos valores que variam entre quatro e cinco mil reais. Ou seja, essas empresas acabam por praticar uma espécie de agiotagem em fazendo esse agenciamento".

Roberto revelou como a atual gestão da Petrobrás está prejudicando a vida dos autônomos, que aliás, não é só o preço do diesel que acaba prejudicando, é também o preço do botijão de gás de cozinha, de forma essa política de preços praticada pela companhia afeta a categoria?

"Como todo o brasileiro, compramos gás de cozinha e gasolina e outros derivados também. É óleo, graxa, é o alimento que é feito com gás. Antes de sermos caminhoneiros, somos brasileiros, e sofremos também como o restante da grande população. A população acaba refletindo, como neste caso do desconto do diesel, por exemplo, quando diminuem o preço,mas quem paga é a população que deixa de ter recursos para aéreas importantes como a Saúde, que sofre também com esse absurdo de aumentos diários constantes. Se os trabalhadores da Petrobrás entenderem, como a grande população, em apoiar  essa paralisação o objetivo é diminuir o custo de vida das pessoas, para que verdadeiramente o salário mínimo da nação seja valorizado".

O presidente fala sobre a importância da solidariedade de outras categorias. "É muito importante. Por mais fortes que possamos nos mostrar com esse movimento, sendo o eixo. Precisamos dessas outras engrenagens que são as outras classes de profissionais do Brasil. Metalúrgicos, metroviários, taxistas, aeroviários, petroleiros, motoboys, enfim. O eixo principal é o transporte, mas todas as outras categorias, pessoas honestas, que pagam impostos, que não aguentam o atual estágio das coisas precisam entender que precisamos criar uma união contra essa política que está sendo colocada em pratica por este governo. Para você ter uma ideia, o nosso caminhão consome em dois quilômetros um litro de diesel".

Com a paralisação agendada para o próximo dia 25 de junho, os caminhoneiros mandam um recado para o petroleiro. "Petroleiros de todo o Brasil, como representante da ANTB e da categoria dos caminhoneiros autônomos de todo o país, conto com o apoio de todos companheiros trabalhadores da Petrobrás que participem conosco nesta paralisação do dia 25, a partir de meia-noite, para que possamos fazer alguma coisa para mudar esse estado e coisa e o futuro do país. Contamos com o apoio de vocês", finaliza.

*Com informações do Sindipetro-RJ.