Acusado de assassinar o catador de recicláveis José Augusto Marques da Cruz, 44 anos, o aposentado Cleyton Marques da Silva, 27 anos, é deficiente visual e alega que estava defendendo uma amiga de agressões. O crime ocorreu na tarde desta quinta-feira (14), na Rua Loureço Torres Cintra, bairro Paulo Coelho Machado, em Campo Grande.
Para a polícia, Cleyton contou que era cuidador de idosos, mas se aposentou por conta de um glaucoma, que provocou a perda total da visão do olho direito e parcial do olho esquerdo. Sobre o crime, ele disse que José Augusto chegou na casa da amiga dele, de 57 anos, alterado e proferindo xingamentos.
Segundo Cleyton, o catador começou a agredir fisicamente a ex-mulher, quando ele decidiu entrar na briga e impedir o pior. Parcialmente cego, ele diz que levou tapas no rosto e revidou com uma faca que guardava na cintura, sem mirar nenhuma parte específica do corpo já que enxerga apenas vultos. Atingiu o pescoço e saiu acreditando que apenas lesionou José.
O depoimento do acusado bate com os das testemunhas. A ex-mulher do catador confirmou as agressões, que já teriam acabado até em uma mandíbula deslocada. Ela conta que pediu socorro ao ver o ex-marido sangrando, mas quando os bombeiros chegaram ele já estava sem vida.
Cleyton foi preso na rua debaixo ao local dos acontecimentos. Com passagens por violência doméstica e importunação sexual, ele deve passar por audiência de custódia hoje.