Mais de um ano após o fechamento da Wood’s, casa de shows sertanejos que ficou aberta por um ano e sete meses na Capital, a equipe de ex-funcionários ainda espera para receber o acerto dos pagamentos e indenização por danos morais. O grupo entrou com representação trabalhista na Justiça, mas até então nunca conseguiram respostas do ex-sócio do local, Thiago Cance, alvo da 35ª fase da Operação Lava Jato, pelo suposto recebimento de propina.
Conforme as denúncias, a equipe recebia salários de maneira irregular e muitos estavam já há meses sem receber. Na época, os funcionários não foram avisados que a casa iria fechar e alegam terem sido informados pela mídia, duas semanas após paralisarem os trabalhos.
Foto: Geovanni Gomes/Arquivo TopMídiaNews
O pretexto para interrupção de quinze dias da programação seria uma reforma, após um episódio de confusão generalizada entre o público durante um show, que teria causado prejuízo de R$ 100 mil. Sem caixa, a empresa acabou fechando as portas pouco tempo depois, sem maiores explicações.
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Cenário após confusão na casa de shows. Foto: Reprodução
O empresário, que administra a boate Move em Campo Grande, também estaria à frente de uma empresa de eventos, registrada em nome de seu irmão, e até hoje não foi localizado por oficiais de Justiça para receber intimação sobre o caso. Conforme um dos escritórios de advocacia que assumiram a causa dos funcionários, a tentativa já foi feita em cinco endereços residenciais diferentes, sem sucesso, além de dois endereços comerciais.
O Grupo Wood’s, de Curitiba (PR), que possui diversas casas de show pelo país, deve responder pela causa.
Investigado
Sobrinho do ex-secretário-adjunto de Fazenda na gestão de André Puccinelli (PMDB), André Cance, o empresário Thiago Nunes Cance está na lista de investigados na Operação Lava Jato que tiveram que prestar depoimento para a Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (29). Ele é suspeito de ter recebido recursos ilícitos de esquema de corrupção envolvendo a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A), em São Paulo.
De acordo com o MPF (Ministério público Federal), em análise de documentos recuperados no computador de Maria Lucia Tavares, uma das investigadas, “foram identificadas entregas de recursos ilícitos pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht para as pessoas referidas como ‘Rovério Pasotto’ e Thiago Cance, tendo ambas as entregas sido programadas, ao que tudo indica, em sequência ou de forma conjunta”.