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Polícia

21/11/2017 19:00

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Ex-marido espanca mulher com pé de cabra e vítima é julgada antes de receber ajuda

Ao ser flagrado, autor alegou que estava sendo traído e testemunhas resolveram julgar vítima ao invés de ajudar

Na madrugada do dia 4 de novembro a vida de Bruna quase foi ceifada. O ex-marido Gustavo Portilho Soares invadiu a casa onde eles moravam e começou a agredi-la violentamente. O resultado foi um traumatismo craniano e várias fraturas.

“Ele entrou e começou me agredir com o capacete da moto, me batendo muito mesmo. E eu tentei fugir, mas quando cheguei perto do portão, eu tinha esquecido um pé de cabra lá que havia sido usado para consertar o portão”, conta ela.

Foi aí que Bruna pensou que ia morrer. “Ele pegou o pé de cabra e começou a me dar golpes, sempre na cabeça, e eu tentando me defender. Quando ele tentou me bater mais forte na cabeça eu instintivamente levantei o braço e, com o golpe, meu braço direito foi quebrado”, conta ela que, com a gravidade da fratura, teve que colocar uma placa no antebraço.

Ela saiu correndo bastante ferida e foi perseguida pelo ex-marido. “Ele ainda correu atrás de mim e continuou me batendo, inclusive no meu braço fraturado. Mas eu gritava muito e ele saiu de moto. Eu buscava socorro e não conseguia, como eu estava muito ensanguentada, ninguém me ajudava”.

Apesar de bastante ferida, Bruna ainda teve que enfrentar o julgamento das testemunhas. “Ele começou a falar que eu tinha traído ele, por isso que eu estava apanhando e, ao invés de me socorrerem, começaram a falar que eu também estava errada. Eles [testemunhas] discutindo se eu estava errada e merecia apanhar e ele [Gustavo] fugiu”, conta.

Vítima teve traumatismo craniano e múltiplas fraturas devido aos golpes - Foto: Arquivo Familiar

“Só quando um rapaz interviu, que me amparou e chamou a polícia, foi que a sessão de tortura parou”, narra ainda sentindo muita dor. Segundo Bruna, mesmo bastante ferida, ela conseguiu falar o nome e endereço da mãe do ex-marido.

Quando a polícia chegou, o agressor estava dormindo. Ele confessou ter tentado matar a mulher, porém não conseguiu porque foi impedido. Gustavo já havia respondido pelo crime de violência doméstica anteriormente. Ele está preso enquadrado no crime de feminicídio tentado.

Agressividade recorrente

“Nós nos separamos duas vezes, uma em fevereiro e voltamos em março, e em setembro nos separamos de novo, porque ele era muito agressivo, uma agressividade persistente que já durava sete anos, além da dependência química e de álcool. Por várias vezes tentei ajudar, indo no CAPS, procurando ajuda. E acredito que ele se aproveitou dessa vontade de ver a melhora dele para prolongar, fazendo chantagem emocional”, contou a vítima sobre o comportamento do ex-marido.

A jovem explica que, no começo, as ameaças eram sutis e sempre usando outros casos de exemplo. “As ameaças graves e pesadas começaram de um ano para cá, depois que casamos no papel, depois de seis anos juntos. As ameaças eram sutis no início, falando que se uma mulher mandasse ele preso, ele iria matar quando saísse”.

“E ele sempre achando que eu estava sendo infiel a ele, mesmo ele sabendo todos os meus passos, ele sempre me ameaçava. Falando que se soubesse de alguma coisa, ia me matar”, explica sobre quando resolveu se separar.

Para ela, a violência é uma dependência. “Ele sempre dizia que não ia acontecer mais, que ia mudar, que ia ser diferente, mas é como se fosse um vício, em drogas, por exemplo”. Bruna resolveu expor seu caso para que outras mulheres também resolvam denunciar antes que seja tarde. 

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