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Polícia

20/07/2019 07:00

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Justiça com as próprias mãos: vale a pena bater no bandido?

Profissional defende que todo cidadão pode prender um bandido, mas quais os limites para a ação da população?

Nos últimos anos, a população tem participado mais sobre questões ligadas à saúde, educação e segurança. No caso desse último, muitas vezes após presenciarem alguma situação do criminoso em ação, muitos acabam por fazer ‘justiça com as próprias mãos’ – amarrando, batendo, espancando o suspeito.

O TopMídiaNews foi em busca de dados de quantos presos chegam feridos às delegacias por apanhar de populares, porém não há essa informação junto a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Diante disso, buscamos um especialista em Segurança Pública, para apontar até que ponto é possível interferir em situações como essas. Adriano Aparecido Chiapara, de 53 anos, disse que todo cidadão pode prender um bandido e todo agente de segurança deve, porém é preciso analisar caso a caso.

Para o especialista, caso você esteja armado e o suspeito não, é melhor não agir sem pensar, pois se você reagir, quem pode responder criminalmente é você. Do contrário, a ação pode caracterizar legítima defesa.

Em Campo Grande, no mês de junho, dois casos foram divulgados na mídia e aconteceram na Vila Jacy. No primeiro caso, um criminoso invadiu uma residência e rendeu uma criança, de 11 anos, com uma faca no pescoço. O crime aconteceu na Rua Guassu, sendo que o suspeito acabou amarrado e agredido pelos moradores.

Criminoso que rendeu criança. Foto: Repórter Top

Após ser rendido, ele foi entregue a Polícia Militar com ferimentos. Outra situação foi à invasão a um mercado do bairro, onde um suspeito entrou por uma janela com grades, sendo que, o criminoso arrombou o caixa e revirou várias seções do mercado.

Adriano comenta que situações de moradores agredirem criminosos são comuns, principalmente em vídeos divulgados na internet, mas ressalva que, dependendo da situação, a vítima pode até ficar presa por ter se defendido.

"É muito complexo essa questão. Se eu estou na minha casa com porte de arma e registro, aí alguém pula lá e eu vejo que essa pessoa está amada, com algo na mão, o que eu faço? Saco minha arma, atiro nele e ele morre. Mesmo eu estando com meu porte de arma, devidamente documentado, tudo em dia, pode ter certeza que eu vou responder”, destaca.

Adriano fala que as situações que aconteceram na Vila Jacy, levaram os moradores a um estado de comoção e senso de justiça.

“A população toma parte disso e a comoção, basta um dar um tapa, aí vem outro, aí daqui a pouco, 5, 10, 15, 20. O 16º não sabe nem porque está batendo, mas está batendo. Eu acredito que isso não é fazer justiça com as próprias mãos, acho que é a comoção mesmo de falar: 'pô, isso já 'tá uma bandalheira, para um pouquinho, vamos corrigir de uma certa forma, pelo menos a servir de exemplo do próximo que vem pra cá'".

Solução

O especialista acredita que o problema com o alto índice de criminalidade não é culpa dos policiais e nem mesmo da estrutura de segurança, sendo mais uma questão social.

“Jamais é um problema de polícia, a polícia acaba assumindo uma carga que não é dela, posso te dizer que 70% da carga que a polícia acaba assumindo não é dela. Isso é fato".

Segundo ele, a solução seria construir novas estruturas sociais, mudando o pensamento dos jovens, principalmente dos menores que muitas vezes são aliciados para o crime.

“Ele tem que pensar 'vou sustentar minha família sendo um bom marceneiro, bom torneiro mecânico, uma boa costureira'. Ele tem que ser um profissional técnico, e não todos eles serem universitários, assim por diante. Quantos psicólogos, fisioterapeutas, advogados que não estão atuando e acabam trabalhando em emprego que não faz jus ao que estudou? Tem que tirar isso da cabeça dele", finaliza.

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