Mulher queimada pelo companheiro estava feliz por conseguir internação voluntária contra as drogas. O crime aconteceu nesta quinta-feira (11), em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande.
"Segundo apurado nas investigações, a mulher, que é dependente química e alcoólatra, buscou ajuda do município para internar-se voluntariamente e tratar seu alcoolismo e vício em drogas. Ela recebeu a notícia de que o tratamento estava disponível e comunicou tal fato ao companheiro. Ele, por sua vez, não concordou com a decisão dela e não queria que ela se internasse, resultando em uma discussão e agressão à companheira", explica o delegado Felipe Rossato.
"Na madrugada seguinte, ele pegou um fogão, colocou-o na porta, bloqueando a única saída da residência. A acordou de forma abrupta e a mandou embora de casa. Ela, assustada, tentou sair de casa, não conseguiu por causa do fogão bloqueando a saída, e nesse mesmo momento, ele já estava com um recipiente, um balde, dentro do qual havia gasolina. Ele colocou fogo no balde e lançou-o em direção à vítima. As chamas se acenderam em direção à perna dela, que num ato de desespero conseguiu tirar o fogão e dirigir-se ao quintal, que era de tela. Ela rolou e conseguiu apagar a chama", detalha a polícia.
Segundo o delegado, os funcionários do hospital acionaram a Polícia Militar, que prendeu o autor. "Importante registrar que enquanto ela estava se dirigindo ao hospital, o agressor supôs que ela fosse à casa de uma amiga para pedir ajuda. Ele pegou mais gasolina, uma esponja de colchão, e dirigiu-se até esse local. Retirou algumas telhas, entrou por cima da casa e deparou-se apenas com a moradora do local e viu que sua companheira não estava lá. Ele abandonou esses itens do lado de fora da casa, os quais a investigação acredita que ele iria usar para também atear fogo naquela residência, caso ela também estivesse lá".
O agressor foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio e tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e emprego de fogo, dificultando a defesa da vítima. A polícia solicitou sua prisão preventiva e ele está à disposição da Justiça. As investigações continuam para esclarecer todas as circunstâncias do crime, com prazo de 10 dias para conclusão.