O perito criminal Domingos Sávio Ribas negou, na tarde desta terça-feira (11) que tenha colocado  flambadores dentro da caminhonete do empresário Adriano Correia do Nascimento, morto pelo policial Ricardo Moon, em 31 de dezembro de 2016. Ele diz não conhecer o PRF e que a acusação de fraude processual surgiu dentro da Coordenadoria-Geral de Perícias. 

O servidor contou, durante audiência no Fórum de Campo Grande,  que apura se houve fraude processual após o aparecimento de flambadores na caminhonete da vítima, que surgiu comentários que ele teria colocado os aquecedores dentro do veículo a fim de prejudicar o trabalho da perita Karina Rebulla  e assim ficar com o cargo dela. ''Achei isso um absurdo", relatou Sávio. ''Se foi plantado é crime, tem que investigar. Não sei de onde apareceu, mas quiseram proibir a gente de comentar sobre isso, de se estender'', complementa Sávio. 

Domingos, que foi exonerado do cargo de diretor do Departamento de Apoio Operacional, foi chamado para depor após o agente de polícia científica Valdinei Ferreira Nunes relatar que foi por sugestão de Sávio que ele verificou novamente a caminhonete no pátio da coordenadoria, e ao contrário do dia do crime, ter encontrado os tais flambadores. 

O perito disse que se interessou pelo caso pois tem experiência na área criminal e na Força Nacional de Segurança. Ele criticou o fato de fotos da perícia ser divulgados em um grupo de Whatsapp de peritos criminais, e destaca que essa prática é antiética. 

Ao contrário dos depoimentos de delegado de polícia e outros dois peritos, Sávio diz que no dia em que foram encontrados os flambadores, ele também achou outros objetos que até então não haviam sido encontrados, como uma sacolinha embaixo do banco e extensão elétrica. ''Então, em minha análise, poderiam sim estar fora da visão de quem conferiu até então'', relata o depoente. 

A perita Karina Rebulla também será ouvida pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, no Fórum de Campo Grande. Na tarde de hoje foram ouvidos o delegado de polícia, Enilton Zalla, que foi quem recebeu o caso primeiro e os agentes de polícia científica, Valdinei Ferreira Nunes e Ellison Ferreira Xavier. Todos negaram ter visto os flambadores no dia do crime.