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Polícia

Médico acusado de assédio chamou paciente de gorda e importunava colegas, diz polícia

Até o momento quatro vítimas denunciaram o caso; pacientes, médicas e técnicas de enfermagem relataram abusos físicos e moral por parte do médico

28 setembro 2020 - 13h00Por Rayani Santa Cruz e Willian Leite

O médico ginecologista Salvador Arruda, que atende na Clínica Santa Rita e na maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande, já teve o inquérito por assédio sexual e importunação sexual concluído pela Polícia Civil. Até o momento, quatro mulheres denunciaram os abusos que vão desde frases de cunho sexual a toques no corpo. 

O primeiro caso

O TopMídiaNews apurou, no mês passado, que uma paciente da Clínica Santa Rita, no bairro Universitário, fez consulta com ele e saiu arrasada do consultório após ser chamada de gorda. A vítima contou também que o médico usou termos pejorativos e disse que a “vida sexual dela era uma merda”, após pedir orientações sobre anticoncepcional. Ela teria sido assediada sexualmente e moralmente na ocasião. 

Após a divulgação do caso, a vítima procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), que iniciou investigações. E outras três vítimas resolveram denunciar o médico. Até o momento, quatro mulheres já procuraram a delegacia.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28), a delegada Maíra Pacheco, responsável pelo caso, ao lado da delegada Barbara Alves e da delegada Fernanda Félix, titular da Deam, citou detalhes.

Segundo ela, o médico Salvador Arruda foi indiciado três vezes por assédio sexual e uma por importunação sexual. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que deve oferecer denúncia. Ele teria perguntado, em uma das consultas, se a paciente queria aguardar o final do expediente para pegar carona. Ele teria citado que ‘ela não ia se arrepender e que ia ser gostoso’. 

Até o momento, duas técnicas de enfermagem que denunciaram faziam parte da equipe de plantão dele na Maternidade Cândido Mariano. O assédio era físico e moral, deixando claro a intenção.

Uma médica que fez residência por três anos sob a supervisão de Salvador também o denunciou. A vítima contou à delegada que Salvador queria desfilar nos corredores da maternidade de mãos dadas com ela. “A vítima disse que o médico sempre tentava colocar a mão dela na coxa ou na virilha dele. Tentando colocar também dentro do bolso”, disse a delegada.

Ainda segundo a delegada Maíra, uma médica que dividiu consultório com Salvador foi ouvida e relatou que, em dada ocasião, uma paciente saiu do consultório dele desesperada e adentrou rapidamente em sua sala. A médica explicou que a paciente estava com medo, pois Salvador tinha pego na virilha da mulher, que estava com o marido aguardando ao lado de fora. A profissional relatou à delegada que o médico usava da profissão para se beneficiar sexualmente tanto de pacientes como de funcionárias. 

Veja a coletiva: