Acusado por vereador e advogados de fazer ‘corpo mole’ para investigar o prefeito Alcides Bernal (PP), o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), afirmou que ‘sugeriu medidas cabíveis’ contra o chefe do Executivo. Porém, o comandante da Operação Coffee Break garantiu que depende de autorização da Procuradoria-Geral da Justiça para apurar a conduta do prefeito.
Acuado por diversas acusações de envolvidos em suposto esquema, Marcos Alex emitiu, na sexta-feira (19), nota oficial. "Não nutrimos qualquer sentimento pelas pessoas de Alcides Bernal, Gilmar Olarte ou qualquer dos vereadores envolvidos na investigação", diz o documento. Conforme o promotor, toda a investigação da Coffee Break – derivada das operações Lama Asfáltica e Adna – teve como base análise técnica de suposta materialidade criminal, sendo descabida informação de que o trabalho visa prejudicar ou beneficiar alguém.
A nota oficial foi emitida após vereadores questionarem o trabalho do Gaeco, que estaria investigando apenas quem votou contra Alcides Bernal. Segundo eles, o prefeito ofereceu vantagens indevidas para tentar se manter no cargo antes da cassação, em março de 2014.
Conforme Marcos Alex, sobre as condutas ilegais atribuídas à Alcides Bernal, foram ‘sugeridas medidas cabíveis’, mas como ele é detentor de foro privilegiado, só pode ser investigado após atribuição por parte da Procuradoria-Geral de Justiça. Em outras palavras, investigar ou não o prefeito seria uma decisão do procurador-geral Humberto Brittes.
Personagens
Na mesma nota oficial, o Gaeco nega que houve qualquer procedimento investigatório ou representação envolvendo o nome Carlos Roberto Pereira, ex-aliado de Bernal. Porém, confirma o depoimento de Fabiano Oliveira Neves, motorista de Gilmar Olarte.
Os dois são considerados, por vereadores, como testemunhas chave de todo o processo, e questionado pelas defesas.
Marcos Alex ainda deixou claro a posição em relação à advogados dos vereadores. Segundo ele, não tem como objetivo entrar em debate pessoal. "Apesar disso, estão sendo avaliadas a adoção de medidas judiciais contra excesso de manifestações veiculadas na imprensa, que traduzem verdadeiro ataque pessoal a esse investigador, estratégia essa, aliás, que tem nítido propósito de confundir a opinião pública e diminuir os trabalhos de investigação".
