Após o 'boom' nas redes sociais e milhares de pedidos de internautas para que a Câmara dos Deputados emplaque a "CPI do Sertanejo", os parlamentares da bancada de MS foram questionados sobre o que pensam do assunto. Aqueles que não são diretamente da base de Jair Bolsonaro (PL) defenderam a investigação, mas aliados preferiram ficar em silêncio.
O assunto movimentou o mundo político ao início desse mês, após pedidos de investigação de Ministérios Públicos de vários estados, sobre os valores de até R$ 1,2 milhão pagos a shows do cantor Gusttavo Lima por prefeituras de cidades pobres.
Em Mato Grosso do Sul, o deputado Amarildo Cruz (PT) aproveitou o embalo e apresentou projeto de lei para ampliar fiscalizações nos eventos realizados com verba pública e democratizar o espaço dando oportunidades para outras vertentes musicais, além do sertanejo.
O deputado Dagoberto Nogueira (PSDB) disse que é favorável à CPI dos Sertanejos e, se houver pedido, vai assinar, pois a situação deve ser apurada.
"Sou favorável a qualquer incentivo que tenha em relação à cultura. Defendo a Lei Rouanet e fiz parte da comissão que a planejou. Assim eu a defendo e acho que dá incentivo a cultura de todo o país. Há indícios de que está tendo rolo nas questões de uso de verba pública e, principalmente, com valores exorbitantes a certos grupos, muito acima do valor de mercado."
O parlamentar só se preocupa em não prejudicar o setor pelo "alarde" frente a suposta CPI. "O que temos que cuidar é que, pelo erro de alguns, não podemos prejudicar a cultura e os artistas do nosso país. "
Vander Loubet (PT) afirma que toda a CPI é uma ferramenta importante no regime democrático para fiscalizar. "Nesse caso, acredito que cabe, até porque estamos tratando de cultura, que é um setor frágil atualmente."
Segundo o petista, os valores milionários recebidos pelos cantores surpreendeu.
"Nem nós, do PT, esperávamos que se movimentasse tanto recurso nessa área, nesse volume, muitas vezes em prefeituras que têm demandas sociais enormes e que acabam deixando de aplicar na saúde ou na assistência social para aplicar em eventos dessa natureza. Então, é importante que a sociedade cobre transparência nessa questão."
O deputado Fábio Trad (PSD) foi sucinto e disse apenas que é favorável.
Silêncio da base
Pedido de posicionamento foi encaminhado aos deputados Dr. Luiz Ovando e Tereza Cristina, do Progressistas, por meio da assessoria, mas não houve resposta.
Outros que não responderam foram: Beto Pereira (PSDB) e Rose Modesto (União). As demandas também foram encaminhadas via assessoria de comunicação.
Mensagem foi enviada ao deputado Loester Trutis via Whatsapp, mas não houve retorno.