O sócio da JBS, Wesley Batista, revelou, durante a delação premiada, que o empreiteiro Ivanildo da Cunha Miranda era o principal intermediador da propina que a empresa repassava ao ex-governador André Puccinelli (PMDB). As informações constam em documento divulgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Conforme a delação, Ivanildo Miranda e André Luiz Cance funcionavam como executores dos ajustes para recebimento de propina, negociavam formas, prazos e coordenavam pagamentos. Durante o governo André Puccinelli, a propina foi ajustada no valor de 30% sobre o valor do beneficio fiscal. Deste período em diante, Ivanildo Miranda passou a ser o intermediário que operacionalizava o recebimento de propina em nome do então governador do PMDB.

Os pagamentos na gestão André Puccinelli, operacionalizados por Ivanildo Miranda e André Luiz Cance ocorriam pela emissão de notas frias através de simulação de negócios e serviços com diversas empresas.

Wesley Batista entregou uma lista de notas fiscais que seriam de negociações falsas, sem entrega de produto ou serviço, emitidas por Ivanildo Miranda. Elas seriam referentes à venda de cabeças de gado que nunca ocorreram. As notas somam R$ 5 milhões, emitidas em janeiro e fevereiro de 2016. Confira na imagem abaixo, que é um print do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal:

Adicionalmente às notas fiscais e ao dinheiro em espécie, houve pagamento de propina, conforme a delação, por meio de terceiros indicados por Ivanildo da Cunha Miranda em valor aproximado de R$ 60 milhões.

Além da Operação Lava Jato, durante a Operação Máquinas de Lama, quarta fase da Operação Lama Asfáltica, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório de Ivanildo Miranda para averiguar o envolvimento do empresário nas supostas transações ilícitas.