O deputado federal Carlos Marun, do PMDB, usou dinheiro público para custear parte das despesas que teve durante visita que fez ao seu fiel escudeiro, ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, em Curitiba (PR). A visita teve direito a passagem aérea pega pela Câmara Federal e hospedagem em hotel de luxo na cidade. Marun esteve com Cunha no dia 30 de dezembro do ano passado. 

Segundo informações do jornal O Globo, uma emissão de passagem aérea foi encontrada na cota de atividade parlamentar do deputado, no trecho entre Curitiba-Porto Alegre, no valor de R$ 327,58, pela companhia aérea Azul, no dia 29 de dezembro. A Câmara Federal teria pago pelo trecho. Além disso, o parlamentar teria se hospedado em hotel de luxo Rochelle, localizado no centro de Curitiba, e pago diária no valor R$ 154,35, em dinheiro. 

Porém, uma nota foi emitida pela agência de viagem, G.M.S Tour Agência de Viagens, Operadora Turística e Serviços de Reservas Ltda-ME, de Campo Grande, posteriormente após a viagem, no dia 4 de janeiro de 2017, constando na prestação de contas do parlamentar neste mês. A nota afirma que Marun pagou em dinheiro a hospedagem e que seria utilizada para reembolso. 

Às despesas pagas Câmara Federal ocorre somente quando há atividade parlamentar. Conforme a publicação carioca, o ato da Mesa Diretora da Câmara que regula a cota de atividade parlamentar afirma que as despesas que serão pagas pela Câmara são aquelas “exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar”. Marun afirmou que a visita foi feita em “caráter natalino”, sem vinculação política. "Não foi uma visita de caráter político", disse o político hoje. 

Ao ser questionado sobre o fato da Câmara ter pago parte das despesas, ele disse que vai 'avaliar' a possibilidade de devolver o dinheiro. "Eu tenho que verificar. Vou ser bem franco, não me atentei a isso. Vou conversar com meu pessoal e se houver alguma questão em contrário eu faço o pagamento e faço o ressarcimento disso. Não me atentei dessa situação. É uma situação que tem fundamento. Vou verificar, e se efetivamente eu chegar a essa conclusão eu faço o ressarcimento", disse. 

No entanto, tempo depois, afirmou que vai devolver os recursos da Câmara utilizados na viagem. E disse que fará o ressarcimento de R$ 1,2 mil entre passagens e hospedagens.

E por meio de nota, Marun ainda reiterou que a visita a Cunha foi em caráter solidário e por isso, a devolução do dinheiro pago. "Declaro ainda considerar que isto demonstra a absoluta transparência da Câmara Federal no trato das despesas do exercício dos mandatos parlamentares", finaliza o parlamentar.