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Política

há 1 mês

Filho de desembargador de MS sabia de golpe de R$ 5,3 milhões contra idoso, diz PF

Investigação diz que adulteração de assinatura era clara; mesmo assim, golpista venceu processo

  • Emmanuelle teve ajuda de Fábio Leandro para acionar desembargador
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  • Emmanuelle teve ajuda de Fábio Leandro para acionar desembargador

Investigação da Polícia Federal trouxe que o advogado Fabio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro, tinha ciência de golpe de R$ 5,3 milhões contra um idoso do Rio de Janeiro. Ele, junto de um juiz, um desembargador e uma advogada é suspeito de operar uma venda de sentença judicial no TJMS. 

Em outras apurações da Operação Ultima Ratio, a PF mostrou que desembargadores eram acionados por terceiros e negociavam a venda de decisão favorável. No entanto, alguns magistrados sequer tinham ciência do teor do processo e simplesmente pediam a assessores que redigissem a decisão favorável ao ‘’cliente’’. 

Mas no caso em questão, a PF pontuou que era notório que o aposentado fluminense sofrera um golpe. Mesmo assim, decisões favoráveis do juiz Paulo Afonso de Oliveira e do desembargador Julio Roberto Siqueira Cardoso levaram a ação a ter um desfecho positivo para a principal suspeita: a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva. 

A trama dá conta que Emmanuelle, que é esposa do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, entrou, em 2016, com uma ação para cobrar uma falsa dívida de um engenheiro aposentado no RJ. Ainda segundo a polícia, quando soube do processo, a vítima logo identificou que a assinatura dele fora grosseiramente falsificada e recorreu. Ela chegou a ter decisões favoráveis, mas, posteriormente colecionou derrotas e teve de desembolsar a quantia milionária. 

A PF fez uma linha do tempo das decisões no processo. Os investigadores notaram estranheza após Julio Roberto conceder efeito suspensivo em favor do aposentado. Ele alegou que havia indícios claros que o idoso fora vítima de um estelionato. Porém, o magistrado de 2º grau mudou o entendimento e anulou a decisão. Dessa vez argumentou que o recurso não tinha sido apresentado no prazo legal. 

O processo seguiu até a advogada Emmanuelle ser presa em 30 de julho de 2018. Ela foi absolvida no Superior Tribunal de Justiça, que entendeu que ela não poderia ter ciência que o aposentado do RJ sofrera um golpe. O juiz Paulo Afonso teve processo arquivado em apuração interna da Justiça. 

A PF analisou as movimentações bancárias e fiscais de Fábio Leandro e Rodrigo Pimentel, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel. As diversas operações observadas levaram a investigação a crer que tanto o juiz Paulo Afonso quanto Julio Siqueira receberam R$ 450 mil de Emmanuelle.

O espaço está aberto para manifestação dos citados.  

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