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Política

MP pede aplicação de multa a Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada

Em cerimônia realizada ontem em Marabá (PA), o presidente exibiu uma camiseta com a mensagem “É melhor Jair se acostumando. Bolsonaro 2022”

19 junho 2021 - 15h44Por Nathalia Pelzl

O Ministério Público apresentou um pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para abertura de processo contra o presidente Jair Bolsonaro por possível propaganda antecipada. 

As informações são da Agência O Globo. A representação foi distribuída para o ministro Edson Fachin, do TSE.

Em cerimônia oficial de entrega de títulos de propriedade rural, realizada ontem em Marabá (PA), o presidente exibiu uma camiseta com a mensagem “É melhor Jair se acostumando. Bolsonaro 2022”, que ganhou de presente. 

O ato foi transmitido ao vivo pela TV Brasil.

Conforme o pedido, tal atitude de Bolsonaro expressa menção ao pleito eleitoral em 2022.

"A camiseta exibida pelo representado Jair Messias Bolsonaro não traduzia simples apoio a ele, o que seria, a princípio, lícito. Ao fazer expressa menção ao pleito eleitoral de 2022 e, consequente, à pretensa candidatura do representado – estampa BOLSONARO 2022, houve claro ato de antecipação de campanha, ao qual o primeiro representado conscientemente aderiu, uma vez que analisou a estampa da vestimenta antes de exibi-la aos presentes", diz o texto.

Para o vice-procurador-geral Eleitoral, Renato Brill de Góes, que assina a peça, a atitude foi um  verdadeiro ato público de campanha eleitoral antecipada, com promoção pessoal de Jair Messias Bolsonaro na condição de candidato às eleições de 2022. 

Além de Bolsonaro, que seria punido duplamente, caso o pedido seja acatado, o procurador também pede a condenação do Pastor Silas Malafaia, do Secretário Especial de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia, e do deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA), que acompanharam o presidente no evento.

No evento, Joaquim Passarinho questionou o resultado de pesquisas eleitorais realizadas no Pará, dizendo que elas devem ter sido feitas no subúrbio de Belém, e afirmou que é preciso verificar no interior do Estado "quem é que tem respeito do Presidente Bolsonaro".

Já Nabhan Garcia afirmou que, em 20 anos de governos anteriores, sem citá-los nominalmente, foram entregues 40 mil títulos de propriedade, enquanto Bolsonaro "está entregando 50 mil títulos".

Na representação, o procurador cita que Silas Malafaia fez um "discurso inflamado", fazendo duras críticas aos "inimigos" do presidente, dizendo que tais pessoas "saquearam o país" e "não vão mais enganar o povo".