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Política

02/03/2018 07:00

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Política e religião andam entrelaçadas em MS, mas campanha só fora da igreja

Líderes religiosos ajudam candidatos, mas fazem esforço para separar campanha de culto de adoração

Apaixonado pela amante, o rei inglês Henrique VIII, da dinastia Tudor, pediu permissão para o papa para se separar da esposa, Catarine de Aragão, e assumir publicamente a cortesã Ana Bolena. Quando recebeu um sonoro não, ele simplesmente rompeu com a igreja católica, confiscando todos os bens da instituição e fundando uma nova religião.

Este é apenas um exemplo de como religião e política andam de mãos dadas. No Brasil atual, o regime é democrático, mas as duas forças continuam entrelaçadas em todas as esferas do poder. E, apesar de o estado ser considerado laico, a política continua influenciando a religião e vice-versa.

Pensando nisso, a comunidade evangélica vem se unindo em busca de uma pauta comum baseada nos princípios cristãos. São escolhidos alguns candidatos, que são apresentados aos fiéis e recebem apoio das igrejas durante a campanha. Mas como é feita a separação entre o religioso e o político nos templos e púlpitos?

Deputado Lídio Lopes - Foto: Reprodução/Facebook

De acordo com Edimilson de Oliveira, apóstolo da Igreja Evangélica de Campo Grande e coordenador da Visão Celular no Modelo dos 12: M12 no Estado de Mato Grosso do Sul, os candidatos são definidos conforme as diretrizes de cada igreja e os fiéis são convidados a conhecer seus projetos, mas o templo não é usado para campanha.

É também o que explica o apóstolo Edilson Vicente da Silva, presidente da igreja El Shaddai. “Os nomes são escolhidos por afinidade. Pode ser um candidato do próprio meio ou não, desde que haja uma afinidade, e os pastores e líderes vão trabalhar esse nome. Nada é imposto, pode ter nome que a comunidade rejeita e aceitamos”.

Câmara Municipal também possui o símbolo da cruz - Foto: André de Abreu

Espaços separados

Eleito com o apoio dos evangélicos, o deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB) destaca que as reuniões políticas são realizadas de maneira independente e longe das igrejas. “Somos contra o uso do púlpito para fazer campanha. Isso é algo que temos lutado contra dentro da comunidade evangélica”, defende.

O deputado estadual Herculano Borges (SD) revela que os candidatos têm tomado muito cuidado na hora de fazer campanha junto aos fieis. “Quando fazemos reunião, deixamos bem claro que é politica. Ninguém vai enganado. Não usamos nome de pastor ou falamos que vai ter show de tal cantor gospel”, diz.

Seguindo o mesmo pensamento, o deputado estadual Lídio Lopes (PEN) garante que existe uma separação enorme entre o momento do culto e a campanha eleitoral. “Nos reunimos em outros locais, sempre deixando claro que será uma reunião politica. As pessoas cedem as residências para fazer as reuniões. O momento da palavra do Senhor é sagrado e não usamos dela para fazer campanha”, completa.

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