A mobilização de sindicatos contra o texto atual da reforma da previdência reuniu parlamentares e dirigentes, na tarde desta segunda-feira (27), na sede do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção e do Mobiliário) de Campo Grande. Eles preveem que o projeto, do jeito como está, não será aprovado em Brasília.
A reunião é conduzida pela Comissão Estadual Contra a Reforma da Previdência e contava com a presença dos deputados Vander Loubet (PT) e Zeca do PT (PT). O coordenador da comissão, Elvio Vargas, considera o movimento forte e que as mobilizações no aeroporto de Campo Grande, onde manifestantes abordam os deputados quando vão e voltam de Brasília, chamou bastante a atenção dos populares.
Vargas disse ainda que o diálogo com os deputados está tranquilo e que o foco é convencer quem está 'em cima do muro', que no caso são dos deputados Geraldo Resende (PSDB), Tereza Cristina (PRB) e Elizeu Dionízio. Ele diz já ter garantido o apoio de Vander Loubet, Dagoberto Nogueira (PDT) e Zeca do PT.
(Élvio diz que retirada de servidores da proposta não enfraqueceu movimento)
O sindicalista diz que a exclusão dos servidores estaduais e municipais da proposta de reforma não enfraqueceu o movimento, e que a mobilização continua, porque na verdade, a medida apenas transferiu a responsabilidade do governo federal para os estados e municípios.
O deputado Vander Loubet criticou o governo e disse que o presidente Michel Temer achou que, por ter maioria no Congresso, teria facilidade em aprovar todos os projetos. ''Só que essa matéria atinge milhões de brasileiros e os deputados e senadores sabem que ano que vem é eleição para o Congresso e por isso tem medo e vão atender a população'', destacou. Loubet garante que o texto, do jeito que está, não vai ser aprovado.
(Vander diz que bancada do governo está com medo por conta das eleições)
O deputado federal Zeca do PT criticou o governo federal e disse que 'eles' viram que o projeto não iria ser aprovado e 'resolveram' fatiar.
A solução, na visão do petista, passa pela cobrança dos grandes devedores da seguridade social.
''O real problema não é o trabalhador e sim os grandes devedores, as grandes empresas e que bastaria apenas as mudanças nos incentivos fiscais e não a penalização da população'', sugeriu Zeca.
(Zeca diz que reforma é ruim e governo deve cobrar empresas devedoras)
As ações da comissão contra a reforma da previdência continuam com uma audiência pública na Assembleia Legislativa nessa terça-feira (29). Na quarta haverá panfletagem na UFMS e até o fim da semana mais panfletagens e caminhadas no centro da cidade.