Cerca de 1 mil trabalhadores da JBS se aglomeram na ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), através da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Alimentação nesta terça-feira (17), solicitando que a CPI da JBS retire a ação que resultou no bloqueio de bens no valor de R$ 730 milhões do grupo.

Os funcionários utilizaram 30 ônibus para se deslocar até a Casa de Leis e de acordo com o secretário geral da Confederação, José Modelski Junior o bloqueio afeta diretamente os trabalhadores e a previsão é que 30 mil demissões aconteçam. “Nós não estamos defendendo a família Batista, estamos defendendo os empregos que esse bloqueio afeta, que não prejudica apenas Mato Grosso do Sul e sim,  toda a rede JBS que hoje emprega 130 mil pessoas em todo país. Em Mato Grosso do Sul são 20 mil trabalhadores,  a expectativa é que ocorra 30 mil demissões por conta desse bloqueio. Hoje a conta bloqueada interfere na folha de pagamento dos empregados. Além das famílias, a cada um emprego perdido na JBS afeta também seis empregos indiretos”.

Modelski destaca que nenhuma das 29 cláusulas do acordo de leniência do grupo com a PGE (Procuradoria Geral do Estado) se refere a manutenção de emprego e acredita que a justiça possui outras saídas para fazer com que a JBS pague pelos crimes cometidos. “Em nenhum momento dentro do acordo de leniência da JBS e PGE, nenhuma das 49 cláusulas se refere a manutenção de emprego. Existem outras formas que a justiça pode determinar além do bloqueio, como a penhora de bens da JBS. A Confederação sempre denunciou o uso de verba pública na expansão dos frigoríficos sem prensar na manutenção dos empregos. Não defendemos a JBS, a empresa tem que pagar pelo que fez, mas isso não pode ser feito a base dos empregados”.

Uma reunião será realizada no final da manhã entre a CPI da JBS e representantes do grupo, na tentativa de chegar a um consenso. Segundo o deputado estadual Pedro Kemp (PT), integrante da CPI da JBS, os parlamentares que compõe a comissão devem fazer um relato de tudo que já foi descoberto, discutindo assim, formas que não afetam diretamente os trabalhadores.