Vinte e seis bilhões de reais. Esse é o custo da Copa de 2014, de acordo com a última atualização da Matriz de Responsabilidades, documento que reúne todas as intervenções relacionadas com o Mundial a cargo do governo federal, dos governos estaduais e cidades-sede, divulgado no início da semana passada.
A lista tem de obras em estádios a projetos na área de turismo, passando por telecomunicações, portos e segurança, entre outros. Esse valor, no entanto, está defasado: há estimativas de que, no final, a conta baterá nos 30 bilhões de reais. Isso porque a última atualização da Matriz foi feita em setembro do ano passado. Desde então, houve apenas mais uma intervenção no documento, basicamente para a exclusão de obras que não ficarão prontas até a Copa.
Assim, não entraram no cálculo total, despesas como as com as estruturas temporárias, exigência da Fifa para todas as arenas do Mundial. Em média, o custo vai ser 40 milhões de reais por estádio, a serem gastos com itens diversos, entre eles aluguel de tendas, aparelhos de raio-x e implantação do sistema de tecnologia de informação. Essa é uma das principais pendências na preparação para a Copa.
A 100 dias da abertura, a maior parte das cidades ainda não viabilizou a aquisição de materiais e equipamentos que compõem o aparato das temporárias. Pior: em alguns casos, ainda há discussão para definir quem vai pagar a conta. É o caso de São Paulo, palco da abertura.
Por contrato, as despesas seriam bancadas pelo Corinthians. O clube, porém, quer ajuda de parceiros privados ou do poder público (que já ajudou a conseguir patrocinadores para as arquibancadas provisórias). O problema é que o tempo está passando. No caso do Itaquerão e de várias outras arenas, o atraso pode comprometer a qualidade de alguns sistemas e equipamentos que serão instalados, além de tornar os serviços mais caros.
Há obras complexas por fazer, mas até intervenções simples estão atrasadas. É o caso das obras no entorno do Beira-Rio, em Porto Alegre. Basicamente, é preciso fazer a pavimentação das vias, pequenas, mas ainda não foi feita sequer a licitação - o primeiro edital não teve interessados.
Fonte: Revista Veja