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Campo Grande

10/07/2021 07:00

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Enfermeira denuncia reuso de avental e fala em risco de vida na Santa Casa; hospital nega

Uso do capote só seria permitido após confirmação de doença contagiosa

Enfermeira denunciou ser obrigada a usar o mesmo avental de proteção durante todo o plantão dela na Santa Casa, em Campo Grande. Sendo assim, o risco de contágio, sobretudo em tempos de pandemia, aumenta. O hospital negou problemas em relação ao capote.  

Conforme o relato da profissional, que não quis se identificar, a restrição no fornecimento do avental foi percebido por ela há cerca de quatro meses. Ela conta que o material protetivo é fornecido, mas só quando um paciente é detectado com alguma doença contagiosa. 

‘’O problema é que até sair o resultado do exame, a gente lida com o paciente o tempo todo e por vários dias. O certo seria usar isso para evitar de contaminar, não depois de chegar uma placa [ com o alerta de doença contagiosa]... ‘’, diz a mulher.  

Farmácia fornece cinco aventais para três períodos

Ainda segundo a denúncia, mesmo com a confirmação do exame, a farmácia só dispensaria 15 aventais, sendo cinco por período. 

‘’Querem que deixe o avental pendurado e depois reutilize...’’, lamentou a profissional, que complementa: ‘’nenhum hospital tem essa conduta’’.  

‘’Eles estão numa política de contenção de gastos. Contenção de gastos com proteção, aonde já se viu isso?’’, questionou. 

A enfermeira cita um caso de um rapaz em estado grave, que ficou no setor dela extubado por 24 horas, lançando gotículas contaminadas. Depois ele foi intubado e só teriam usado o capote após laudo confirmando a morte encefálica. 

O problema em relação ao capote seria de conhecimento amplo no hospital, mas alguns profissionais temem perder o emprego e ficam em silêncio. 

Santa Casa 

A Santa Casa disse que a falta de materiais nos hospitais é uma realidade em todo o Brasil, em razão da escassez de fornecedores e do preço alto. No entanto, alega que não reutiliza materiais descartáveis e que não há nenhum problema no fornecimento dos capotes. 

Em relação a outros EPIs, o hospital disse que reformulou o fluxograma dos materiais, a fim de evitar a falta dos equipamentos. Um exemplo dado foi em relação às luvas de látex, que além da falta têm um custo mais alto e que por isso estão sendo substituídas pelas luvas de vinil.

‘’A Santa Casa reforça que cumpre com todos protocolos de biossegurança, fornecendo todos equipamentos de proteção individual exigidos, conforme preconiza as normas regulamentadoras, além de realizar treinamentos periódicos com todos funcionários da instituição’’, diz trecho da nota. 
 

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