Há exatamente um ano, Camilla Costa viu sua vida escapar junto com o sangue resultante de 14 facadas, disparadas por um ladrão de celular, no Jardim Carioca, em Campo Grande. Depois de agonizar no matagal à espera de ajuda, tudo o que aconteceu é considerado um milagre de Deus e um renascimento na vida dela. 

No Facebook, a vítima contou, nos mínimos detalhes, o ato violento que mudou sua vida para sempre. Era um final de manhã do dia 29 de julho de 2019. Ela saiu de casa   para encontrar com a cunhada e o suspeito vinha na direção contrária e a abordou. A partir daí é história digna de filme de terror. 

''Quando ele passou por mim...me pegou por trás, e senti algo gelado no meu pescoço. Foi tudo muito rápido...Não tive reação. Ele disse entra no Mato, tem uma faca no seu pescoço’’, relatou. 

Camilla não teve reação e só ouviu o homem abrir a calça dela, puxar o celular, e ordenar para que ela formatasse o aparelho. Ao perceber, supostamente que ela não conseguia fazer o procedimento, por falta de rede de internet, sofreu todo o tipo de violência possível. 

Camilla ora a Deus para conseguir perdoar criminoso. (Facebook)

No início, lembra Costa, os golpes pareciam ser socos e só depois ela viu que foram mais de dez facadas. 

''...teve um momento que ele corria, ia embora e voltava e me golpeava. Eu nem um momento vi o rosto dele e depois ele fugiu'', lamenta. Atordoada com tanta violência, Camilla tentou recobrar as forças para pedir ajuda, mas era difícil. Ela conseguiu seguir alguns metros, mas caiu ainda dentro do matagal, perto de um barranco.

Duas mulheres, que hoje Camilla classifica como ‘’anjos’’, passaram e uma delas a viu caída no mato. ‘’Nunca vou esquecer o nome dela: Queila’’, observou a jovem.

A partir daí, as testemunhas gritaram por socorro e conseguiram acionar moradores próximos. Os parentes ficaram sabendo e não acreditavam no que havia acontecido. 

''Meu irmão não aguentou ver a cena e gritou: ‘’Ele estraçalhou ela'', disse Camilla. 

Camilla foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, a quem também agradece por estar viva. No hospital, foram seis horas e meia de cirurgia. Ela teve rim, fígado, baço perfurados e viu a vesícula ser retirada.  

''Foram 9 dias na UTI. 10 na enfermaria. Foram dias difíceis. Fiquei na sonda, dois drenos, tive que apreender tudo de novo: a falar, andar comer e até tomar água’’, relembrou a jovem. 

Neste ‘segundo aniversário’, Camilla fez questão de lembrar que viveu um grande milagre, além de agradecer dezenas de amigos e parentes que a ajudaram. 

''1 ano. É a segunda chance que tive'', definiu Camilla Costa.