Muitos bate-bocas e xingamentos marcaram a edição do Grito dos Excluídos, neste 7 de Setembro, em Campo Grande. Militantes de movimentos sociais e grupos de direita, em especial apoiadores de Bolsonaro, por pouco não chegaram a trocar socos em plena 13 de Maio.
O evento de protesto organizado por movimentos sociais é tradicional e surge sempre após o desfile oficial dos militares. Dessa vez, grupos contrários à esquerda entraram na 13 de Maio no momento exato da passagem dos militantes.
Por parte dos grupos sociais, as palavras mais comuns eram ''golpistas'' e ''bandidos'', além de mensagens de apoio ao ex-presidente Lula. Os manifestantes de direita gritavam ''ladrões'', ''safados'' e ''pilantras''.
Os grupos rivais chegaram a ficar a meio metro de distância um do outro. Uma apoiadora de direita rasgou um papel em vários pedaços e jogou no rosto do militante João de Souza.
''Eles [apoiadores de Bolsonaro] estão prejudicando a candidatura do presidente Lula. Eles têm de respeitar. Respeito cabe em todos os cantos'', desabafou Souza, que acrescentou que já esperava esse protesto de 'bolsonaristas'.
O deputado estadual e candidato a reeleição, Pedro Kemp (PT), estava no protesto e deixou o local um pouco antes, por temer pela própria segurança.
''Já esperava essa manifestação. Mas é preciso que o debate político seja feito de forma pacífica e não com violência'', afirmou.
O grupamento motorizado da Polícia Militar reforçou a segurança e impediu que os manifestantes trocassem agressões físicas.
Fetems homenageou diretora assassinada em Campo Grande. (Foto: Wesley Ortiz)
O grito
Nesta edição, mulheres fizeram uma homenagem a Maria Ildonei Lima, 70 anos, assassinada dentro da casa em que morava no Jardim Leblon, em Campo Grande. O crime aconteceu no dia 1º deste mês e ainda não foi solucionado.
A presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação em Mato Grosso do Sul, Sueli Viega Melo, estimou em 300 os participantes do ato, embora visualmente o número fosse bem menor.
A dirigente disse que os temas deste ano são a defesa da democracia, contra a retirada de direitos, contra a violência doméstica, contra o racismo e contra as reformas política e econômica do governo Temer.
Participaram do ato membros da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Mato Grosso do Sul, Fetems, mulheres indígenas e negras.