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Campo Grande

há 9 meses

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Vizinhos pressionam e construtora desiste de alojar 400 operários em residencial de Campo Grande

Moradores temiam o caos e alegaram que local viraria ''convento de machos''

Pressão exercida pela vizinhança levou a Construtora Hannah a desistir, nesta sexta-feira (28), de locar 61 apartamentos no Residencial Virgínia, no Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. Cerca de 400 operários que atuam na construção de uma fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo é que iriam ocupar os imóveis, mas moradores temiam transtornos.  

A rejeição dos moradores também se deu por meio de ação judicial. Na versão dos ''nativos'', a chegada repentina de 400 trabalhadores geraria risco iminente de transtornos ao condomínio, que é essencialmente residencial.

A locação se deu porque a Hannah é dona de 61 apartamentos dentro do residencial e fechou contrato com a Imetame, que é uma terceirizada da Suzano. O advogado Kharlos Cavalcanti, que representa a Hannah, explicou o motivo da desistência. 

''Diante do fato de alguns moradores terem fechado a entrada do condomínio, de forma arbitrária, gerando todo o atrito e desgaste da equipe das empresas locadora e locatária... a empresa entendeu por não dar continuidade ao contrato de locação... '', detalhou o defensor. 

Os moradores, diz Ilton Hashimoto, advogado que representa os condôminos, negam que haja preconceito contra os trabalhadores, mas garantem que o contingente enorme de funcionários iria alterar significativamente a rotina do residencial.

Na Justiça, a alegação dos moradores é que o condomínio é de natureza residencial, sendo que a convenção e o regimento interno proíbem locação para esse fim.

''Além da Lei 8.245/91 Art. 55, que considera locação não residencial quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel destinar-se ao uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados'', disse Hashimoto.

Conforme Ilton, o medo de transtornos dos moradores foi ilustrado por meio matérias jornalísticas sobre Ribas do Rio Pardo, onde fica a construção da fábrica. Um dos títulos de um jornal diz:

''... Ribas vive boom de insegurança com 10 mil novos habitantes'' e outro ''boate é interditada após mulher mostrar os seios para atrair clientes em Ribas''. Críticos da vinda dos operários dizem que quase todos são homens desacompanhados e que isso poria em risco a segurança do condomínio.

''... vai virar um cortiço'', disse uma moradora. Outra escreveu no grupo de WhatsApp dos moradores: ''Ué isso aqui vai virar um convento de macho?'' e ''Também não acho certo, sem informar os moradores. Nós mulheres, com certeza não vamos nos sentir bem'', disse outra condômina.

''Meus Deus, que absurdo! Comprei pela segurança das minhas filhas e agora essa baderna?'', desabafou outra moradora no grupo.

As falas exibidas acima foram exibidas no processo onde a Hannah Construtora pediu à Justiça direito de entrar com os funcionários nos apartamentos, já que a defesa dos moradores havia conseguido liminar impedindo a chegada dos novos ''moradores''.

Outro lamento dos vizinhos é que os condôminos teriam sido avisado no dia 17 de julho, um dia antes da chegada dos trabalhadores. Na tarde de 20 de julho, moradores bloquearam a entrada do residencial e não permitiram a entrada dos locadores. A Polícia Militar foi chamada e houve registro de ocorrência na Polícia Civil. 

O advogado da Hannah informou ainda que a locadora vai buscar a reparação pelos danos causados pelos condôminos. 

O espaço segue aberto aos demais citados, sendo a Suzano e a Imetano.  
 

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