Menu
sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
RESULTADO GESTÃO MS
Cidades

Universitários ocupam UFMS em protesto contra corte de bolsas e projeto do MEC

A instituição cortou a energia do bloco, mas estudantes permanecem em protesto e pedem posição de reitor

25 setembro 2019 - 10h25Por Nathalia Pelzl

Alunos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estão em protesto contra o corte de verbas e bolsas e também contra o programa Future-se, desenvolvido pelo MEC, que pode liberar a contratação de professores sem concurso público.

Cerca de 80 acadêmicos estão no bloco 6 da universidade e pedem pelo posicionamento do reitor da instituição, Marcelo Turine.

“Exigimos que o reitor se posicione contra o Future-se, uma vez que tem o objetivo de uma gradativa secularização e privatização da universidade. Iniciamos a ocupação ontem às 19 horas e segue por tempo indeterminado. A instituição cortou a energia do bloco ontem às 23h”, disse um acadêmico, que prefere não se identificar por medo de represálias.

O programa é um projeto do MEC e visa que as universidades públicas busquem verba em empresas de iniciativas privadas, livrando assim o governo federal. As universidades que aderirem ao projeto - que ainda vai ser enviado ao Congresso - permitirão a contratação de professores e técnicos administrativos através das Organizações Sociais, instituições privadas que teriam acesso ao dinheiro público para a prestação do serviço.

O ministro da educação, Abraham Weintraub, já declarou, em entrevista, o desejo e apoio à contratação dos profissionais para aturem nas universidades federais sem concurso público.

A coordenadora do SISTA (Sindicato dos Técnicos-Administrativos em Educação), Cléo Gomes, destaca que essa é uma luta de toda a comunidade acadêmica contra o projeto de privatização das universidades, e contra o corte de verbas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e até mesmo, do seguro estudantil ( para as atividades externas exigidas na grade curricular de vários cursos).

Ela pontua que 26 universidades do país já se posicionaram contra o programa do MEC. 

“Nossa universidade, até então, não se manifestou. Tinha uma reunião do Conselho Universitário dia 27 e foi transferida para o dia 30. Fechando a porta de uma universidade pública, você vai, cada vez mais, excluir a população mais pobre. Empresa privada cobra mensalidade, visa lucro”, destaca.

A coordenadora destaca que é preciso que toda a comunidade acadêmica tenha união e lute contra isso.

“É uma ameaça à educação pública do país, o governo está virando as costas para uma obrigação dele. Esse projeto é obscuro. A gente precisa de posicionamento”, destaca.

Muitos alunos preferem não se identificar e falam sobre o motivo. “Eles (a Instituição) perseguem os estudantes. Estamos apenas nos posicionando politicamente. A instituição tem o hábito de reprimir o movimento estudantil”, finalizou um acadêmico.