A criança de 3 anos, submetida a um ritual de cura em uma aldeia indígena de Aquidauana, está internada na Santa Casa de Campo Grande e se recupera após cirurgia plástica na perna.
A criança foi transferida para Capital no dia 13 de janeiro, passou por procedimento cirúrgico e segue na enfermaria. Ela está estável e sob acompanhamento da cuidadora.
A vítima está sob tutela do Conselho Tutelar.
A mãe da menina, que sofreu queimaduras de 2º grau e lesões no ânus durante suposto ritual de cura, ficou presa seis dias e ganhou o direito de responder em liberdade.
O caso segue sendo investigado pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Aquidauana. Testemunhas já foram ouvidas.
ENTENDA
No dia 6 de janeiro, por volta das 11h, a Polícia Civil foi chamada por médico que atendia a criança e suspeitou que a paciente havia sofrido violência sexual.
Diante das informações, as equipes foram a fazenda onde o padrasto, suspeito de cometer os abusos, trabalhava.
O homem foi localizado, porém, negou te cometido o abuso.
Aos policiais, ele explicou que por conta da constipação intestinal que a criança estava sofrendo há muitos dias, a mãe e a vó introduziram objeto fino, tipo palito de unha, e o dedo no ânus da criança para tentar retirar as fezes, o que causaram diversas lesões.
Em depoimento à polícia, a mãe confirmou que havia levado a filha para uma curandeira em aldeia indígena por conta da constipação e, que, durante esse procedimento de colocar a criança para sentar em um tijolo fervendo, teria ocorrido a queimadura na perna.
Somente por conta da gravidade da queimadura foi que a autora levou a criança para ser atendida por um médico na aldeia.
Além disse, ela confessou que, junto com a mãe, fez a introdução de objeto, o que fez a criança sangrar e causou graves lesões.