Internado com hematomas pelo corpo na Santa Casa de Campo Grande, o adolescente que foi espancado pelo Policial Militar Fabiano Timóteo, em Coxim, disse que estava brincando com um colega próximo da casa da tia, quando foi agredido. Ele disse que seguia para a casa da irmã da mãe, mas foi chamado para brincar com um amigo e aceitou.

“Ele me chamou para brincar, eu aceitei. Ficamos brincando com pedras e uma, que meu colega jogou, pegou no portão da casa do policial. Ele saiu e veio na nossa direção. Meu colega saiu correndo, eu não corri porque não foi a minha que pegou no portão dele, mas ele já veio na minha direção e deu um soco no meu peito”, conta o jovem.

O adolescente destaca que gritou que tinha apenas um rim funcionando, pedindo para o policial parar. “Eu falei para ele que eu só tinha um rim, mas ele falou que era policial e podia me bater. Ele me derrubou com um soco no peito, depois me deu um soco no rosto, me deu um monte de pisadas no peito, nas costas, na cabeça”.

O menor disse que a tia começou a gritar e, só assim, o policial parou. “Minha tia ficou gritando pedindo para ele parar, daí ele parou. Ele machucou a minha cabeça, machucou meu olho”.

A mãe do adolescente, de 37 anos, que prefere não ter o nome identificado, disse que foi até o local e encontrou o filho no chão. “Foi uma cena horrível, eu me desesperei, não acreditava que aquilo estava acontecendo. Estou vivendo um pesadelo, às vezes eu acho que vou acordar e isso será apenas um pesadelo. Cuidei tanto do meu filho, a vida inteira, ele faz acompanhamento com nefrologista por conta do rim e, agora, vem esse homem, espanca meu filho e deixa lesão no único rim que ele tem. Ele tem que ser preso”.

Timóteo foi afastado temporariamente do serviço por ordem do Comando do 5º Batalhão de Polícia Militar.