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Polícia

Sogro que viu genro ser baleado está em estado de choque: 'eu ajoelhei e pedi para viver'

O eletricista afirma que o atirador pensou por 10 minutos se atirava ou não e desistiu

24 junho 2019 - 11h14Por Dany Nascimento

Eletricista de 32 anos, que prefere não ter o nome identificado, viveu momentos de pânico na noite deste domingo (23). Ele se ajoelhou e implorar para viver após ver o esposo da enteada ser baleado na cabeça.

Em estado de choque, ele destaca que a família quer ver o suspeito de cometer o crime, identificado como Joelson da Silva Oliveira, 33 anos, atrás das grades.

De acordo com o eletricista, o esposo de sua enteada, Matheus Gabriel Varela, 20 anos, que levou um tiro na cabeça, disse para os familiares que não conhece Joelson e nega qualquer desavença que tenha levado ao crime. “Ele falou que não conhece, que nunca viu aquele entregador de pizza. Combinamos de sair para comer e o Matheus foi na casa dele buscar a roupa do filho dele. Como ele estava demorando, minha enteada me chamou para ir até a casa dela ver porque ele estava demorando”.

No meio do caminho, o eletricista e a enteada presenciaram o rapaz ser baleado. “Minha enteada entrou no carro com ele, quando o entregador de pizza chegou e mandou ele descer do carro. Ele desceu e levou um tiro na cabeça. Ele disparou duas vezes, mas só um tiro que acertou o Matheus na cabeça. Eu fiquei desesperado, o Matheus entrou no carro e saiu desgovernado. Ele bateu em um orelhão, quando um rapaz conseguiu pegar ele e levar para o posto de saúde”.

O que o ‘sogro de consideração’ não imaginava era que também seria alvo do atirador. “Ele apontou a arma e falou que eu também ia morrer. Eu pedi 'pelo amor de Deus' para ele não me matar, falei que tinha família, para ele não fazer isso comigo. Ajoelhei e implorei para ele não atirar em mim. Ele ficou uns dez minutos pensando se ia ou não atirar, graças a Deus que não atirou e saiu de lá”.

A polícia foi acionada e foi até a empresa que o entregador trabalha. “Os policiais conseguiram identificar ele, foram na casa dele e conversaram com a esposa dele, que confirmou que ele passou na casa dela e falou que tinha feito algo errado. Minha família está correndo perigo agora, estamos com medo porque ele viu todo mundo, ele atirou no Matheus, viu minha enteada, me viu, estamos com medo de que ele tente nos encontrar e faça alguma coisa”.

Jovem baleado

De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, Matheus permanece internado na enfermaria e não foi submetido a cirurgia para retirada da bala, já que seu quadro de saúde é estável.

O caso

De acordo com o registro policial, a vítima dirigia um veículo Monza de cor preta e aguardava a chegada da esposa e do sogro. Os familiares presenciaram a chegada de um homem, identificado como Joelson da Silva Oliveira, 33 anos, que estava em uma motocicleta de cor escura, com uma caixa de entregador de pizza nas costas. Ele sacou uma arma e mandou a vítima descer do veículo, efetuando dois disparos contra o homem.

Matheus entrou no veículo, saiu em alta velocidade e bateu contra um orelhão no cruzamento da Rua Paracatu com a Rua Jaboticatubas. Populares acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas receberam a informação que não existia viatura disponível para o resgate e um morador levou o rapaz para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Almeida.

No registro feito pelos familiares, consta que Matheus havia sido atingido por dois disparos, mas conforme a Santa Casa, o jovem deu entrada com um ferimento. O sogro da vítima, de 33 anos, ficou no local do crime e disse aos policiais que o suspeito voltou e teria apontado uma arma para sua cabeça. O homem se ajoelhou no chão e implorou para não ser ferido, quando o autor ficou pensativo e deixou o local. A esposa de Matheus ficou escondida atrás de uma árvore e viu o pai implorar pela vida.

Uma equipe do GOI foi acionada e realizou rondas pela região. Os policiais foram até a residência do suspeito, que alegou que o marido teria passado no local e disse que teria feito coisa errada. Os policiais notaram que uma motocicleta saiu de um beco na mesma rua, mas não foi possível a perseguição, já que o condutor utilizou um caminho apenas para veículos duas rodas.

O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.