Menu
quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
CAMARA MUNICIPAL MARÇO 2024
Política

Na Comissão de Educação, Rose detona projeto de bolsonarista para revogar Acordo Ortográfico

Deputado diz que revogação do acordo é um desejo do presidente Jair Bolsonaro

03 setembro 2019 - 17h00Por Rayani Santa Cruz

A deputada federal Rose Modesto (PSDB-MS), que é a primeira vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, afirmou que a possibilidade de revogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa não vai contribuir em nada. 

A discussão foi realizada em audiência pública nesta terça-feira (3), após 10 anos de o decreto vigorar no Brasil. Para a parlamentar, ainda não é o momento para a retirada do decreto. “Na minha avaliação, a revogação do acordo ortográfico não deve ser feita nesse momento porque temos alguns fatores que precisam ser levados em consideração”. 

Ela acompanhou a audiência, que teve a presença de poucos deputados, falta de representante do Ministério da Educação e de representantes da Academia Brasileira de Letras.

Problemas

A parlamentar teme a revogação devido aos que já estão sendo alfabetizados no acordo ortográfico. “Primeiro é que as crianças estão sendo alfabetizadas sem o uso do trema e com regras para uso do hífen e de acentos diferenciais definidas pelo acordo ortográfico. Outro ponto é que o Brasil vai passar a ser visto como um país que desrespeita tratados internacionais, já que o objetivo do acordo foi padronizar a ortografia nos oito países de língua portuguesa para facilitar o trânsito de documentos e possibilitar que a literatura tenha uniformidade nestas nações”, explicou.

O debate de hoje foi pedido pelo deputado Dr. Jaziel (PL-CE), que argumentou que aproximadamente 0,4% das palavras sofreram modificações e, após uma década de efetividade, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) expressou a possibilidade de revogação desse acordo. 

Antecipando a questão de revogação do presidente, o deputado sugeriu a discussão para elaborar a proposta de lei alterando o decreto. Ao que tudo indica, a proposta do parlamentar não foi bem recebida pelos pares.