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Política

04/05/2017 15:00

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Em época de negociações salariais, vereador ataca entidade sindical dos professores

Vinícius Siqueira promete auditoria nas contas da ACP e ironiza participação do sindicato em protestos

O vereador Vinícius Siqueira (DEM) publicou um vídeo nas redes sociais, nesta quinta-feira (4), ironizando a prestação de contas da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública). Ele destaca repasses do governo e da prefeitura estimados em R$ 5,8 milhões para a entidade.

“Eu tenho R$ 6 milhões e a gente não sabe onde investir, na saúde, na educação, mas chegou aqui pra gente uma ideia, colocar esses 6 milhões em um sindicato. O que vocês acham da ideia? Bacana? Não. Ué? Mas você já está pagando”, alfineta com a prestação de contas da ACP em mãos.

Líder das manifestações contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o parlamentar promete auditoria nas contas da instituição e ironiza a participação de professores em ações contra as reformas trabalhista e previdenciária com referências a compra de ‘mortadelas’, maneira pejorativa para identificar movimentos sociais ligados à esquerda partidária.

“Dinheiro público seu indo para sindicato, indo para mortadela. Será que esse pessoal paga a mortadela aqui de Campo Grande? Pra esses manifestos, pagando outdoor, pagando tudo. Seu dinheiro”, enfatiza. Assista:

Prestação completa

A prestação de contas completa está disponível no portal da ACP. De acordo com o documento, o sindicato recebeu R$ 12.638.399,96 durante o ano passado. Do total, R$ 3 milhões são provenientes de repasses do Estado, R$ 2,7 milhões da prefeitura, R$ 30,7 mil dos exames médicos realizados no clube de campo da associação, R$ 136 de cópias, R$ 3,1 milhões de convênios e R$ 3,6 milhões de outras aplicações.

O vereador não mencionou, mas a instituição também divulgou como o dinheiro foi aplicado durante o ano. Somente com o pagamento de convênios, estornos e despesas com convênio oferecido aos professores da rede municipal de ensino, o sindicato utilizou R$ 3,6 milhões. Já a manutenção do gabinete odontológico custou R$ 14,4 mil.

Taxas e impostos, com pagamentos de água, luz e telefone consumiram R$ 191,6 mil. O repasse realizado para a entidade sindical do Estado, Fetems, foi de R$ 1,1 milhão. A manutenção do clube de campo dos professores foi de R$ 524,6 mil. Manutenção de computadores e máquinas de reprografia, pouco mais de R$ 66,8 mil.

Com despesas bancárias, a ACP gastou R$ 8,8 mil, já com assessoria jurídica e honorários para advogados que defendem a categoria quando algum gestor decide considerar a greve ilegal, por exemplo, foi de R$ 154,4 mil. O salário dos funcionários e encargos trabalhistas totalizou R$ 749,1 mil, do analista de sistemas R$ 36,4 mil e do material de consumo R$ 101,7 mil.

Questionados por Vinícius Siqueira, os gastos com manifestações, conferências, fórum, serviços gráficos, aulas de substituição, viagem, congresso, locação, eventuais, confecção (expressão, expressinho, agendas), imprensa e divulgação, e encontro de representantes sindicais somou R$ 844,7 mil. Já a festa do dia do professor custou R$ 335,5 mil.

Também há detalhes sobre as despesas com manutenção veículos, combustível, correios, secretarias da ACP, assinaturas de jornais e revistas, atividades de parcerias com escolas e entidades sindicais e os valores doados, gastos com manutenção, reparos, reforma e construção, serviço contábil, internet e outros. Ao todo, a ACP gastou R$ 12.433.557,41.

Momento político

As críticas ocorrem em um período que o sindicato dos professores negocia o reajuste salarial da categoria e o cumprimento do piso com a prefeitura de Campo Grande. Também, neste mês, o Congresso Nacional analisa a reforma trabalhista, que possui uma emenda para acabar com a contribuição sindical, também conhecida como imposto sindical.

A contribuição é descontada dos trabalhadores no mês de março, com o valor correspondente a um dia de serviço. Profissionais autônomos recolhem a contribuição em fevereiro. Já o valor pago pelas empresas depende de seu capital social. Pela estimativa do deputado federal Elizeu Dionísio (PSDB), autor da emenda, a contribuição arrecadou, no ano passado, R$ 3,5 bilhões em todo o país.

Do total arrecadado, 15% fica para a federação, 5% para a confederação e 10% vai para a Conta Especial Emprego e Salário, que alimenta o Fundo de Amparo ao Trabalhador, usado para pagar o seguro-desemprego e outros benefícios. Os 60% que restam vão para o sindicato representativo e 10% para as centrais sindicais.

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