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Política

Mandetta promete manter fronteiras abertas para refugiados, mas quer isolamento sanitário

'Nós nunca fechamos as portas pra ninguém', diz futuro ministro da Saúde

05 dezembro 2018 - 11h10Por Rodson Willyams

O futuro ministro da Saúde, deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), disse que o Brasil nunca teve a tradição de fechar às portas para imigrantes. No entanto, ressaltou que o Governo Federal precisa socorrer o Estado de Roraima, uma vez que apresenta uma rede de 'difícil acolhimento' para a saúde.

"O nosso sistema de saúde é uma sistema muito generoso, qualquer pessoa que está em solo brasileiro, mesmo na condição de turista, o Brasil dá todo o acesso ao atendimento. Já na condição de exilado, ele tem direito a todo o sistema de saúde. A Saúde não pode parar sem respeitar o seu conceito humanitário, que não respeita fronteiras", explicou.

Mandetta lembra que, mesmo com a chegada em massa de imigrantes venezuelanos, algumas doenças voltaram a aparecer na região norte do país que já estavam controladas. "Com a entrada de milhares de venezuelanos lá em Roraima, eles reintroduziram na região, o sarampo. Lá, como a cobertura era baixa, nós tivemos um surto epidêmico na região norte que pegou Roraima, Manaus (AM), e nós precisamos fazer todo o bloqueio sanitário".

O futuro secretário da Saúde ainda informou que o desafio do Brasil é realizar esse bloqueio sanitário. "Outras situações de risco podem ocorrer em função disto. Então, para a saúde pública, essas pessoas entrando dentro país, ela precisa fazer as suas barreiras sanitárias e as suas abordagens para dar tratamento digno. Nós temos venezuelanas gestantes em barracas, por exemplo".

E reforça que o Governo Federal precisa socorrer o Estado de Roraima. "Nós precisamos socorrer o Estado de Roraima que teve a sua rede afetada, que já era uma rede de difícil acolhimento para todos e agora está muito pressionada e precisa de um olhar mais específico".

Desafios da saúde

Ministro ainda lembra que o Brasil precisa correr para cumprir um dos princípios constitucionais, que é ter direito à Saúde. "Os nossos desafios são geracionais e precisamos cumprir a Constituição. Se é direito de todos e dever do Estado e se estamos todos dentro dessa luta da humanidade, nós podemos nos deparar com várias situações. Os venezuelanos não estão saindo da Venezuela porque querem, estão saindo porque o governo é um governo ditatorial, um governo que está levando o povo a fome, levando o povo ao desespero e já saíram mais de três milhões de venezuelanos que estão saindo a pé", pontua.

E continua: "aqueles que têm que uma classe social um pouco maior, um poder econômico maior, pegaram um avião e foram para os Estados Unidos, para a América Central, o México. Foram para a Argentina, Paraguai. O Brasil recebeu muitos também, mas os mais carentes saíram a pé pelas fronteiras que puderam sair".

Mandetta finaliza dizendo que o Brasil não pode fechar as portas para os venezuelanos. "Nesse momento nós temos que ter uma solidariedade sul-americana. Nós somos deste continente, nós nunca fechamos as portas pra ninguém. Agora vamos tentar organizar para que isso possa minimizar o impacto desta situação".