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Política

Na briga de Bolsonaro com o STF, Nelsinho elogia Mendonça enquanto Simone e Soraya se calam

O ex-advogado-geral da União André Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar a vaga no STF, mas vem sofrendo resistência entre senadores

19 agosto 2021 - 17h00Por Rayani Santa Cruz

Da bancada de Mato Grosso do Sul, o senador Nelsinho Trad (PSD) apoia a indicação do presidente Jair Bolsonaro para o STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo ele, o ex-advogado-geral da União, André Mendonça possui currículo para substituir Marco Aurélio Mello.

O nome de Mendonça vem sofrendo resistência no Senado. No entanto, apesar da rixa entre Bolsonaro e os ministros do STF,  Nelsinho reforça que a iniciativa de indicação é exclusiva do presidente da República. Para Nelsinho, o advogado possui boas capacidades.

“Na nossa avaliação ao atual advogado Geral da União, André Mendonça preenche os requisitos técnicos necessários para poder se habilitar à sabatina e à votação no Senado. Na minha avaliação é uma pessoa de bons princípios, respeitador dos valores de família, cristão e que apresenta um notório saber jurídico. Eu sinto aqui no Senado uma simpatia pela aprovação do nome dele.”

Nesta semana, a Folha de S.P. publicou que o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senador David Alcolumbre (DEM-AL), vem mantendo na gaveta a sabatina de Mendonça em Plenário a fim de prejudicar a possível nomeação. A sabatina é um rito em que todo o indicado a ministro deve passar e ter aprovação dos senadores para posteriormente ser nomeado pelo presidente.

Em relação à polêmica, Nelsinho preferiu não emitir opinião e disse que aguarda a data da sabatina.

“Agora, essa questão da demora da pauta da CCJ para poder ali ser feita a sabatina, não cabe a mim tecer alguma opinião a respeito. Até porque é prerrogativa do presidente da CCJ, o senador David Alcolumbre.”

Questionada via assessoria, a senadora Simone Tebet (MDB) não emitiu opinião, assim como a senadora Soraya Thronicke (PSL).

Resistência

Segundo a Folha, entre as razões para que Alcolumbre segure a inquirição de Mendonça está a preferência por outro nome e o discurso bélico de Bolsonaro.

Depois de Bolsonaro ter afirmado que enviará ao Senado o pedido de impeachment dos ministros do STF Alexandre de Moraes e de Luís Roberto Barroso, o senador afirmou a pessoas próximas que não pretende pautar a sabatina de Mendonça antes dos próximos três meses.

A demora em colocar em análise o nome de Mendonça já supera o tempo de espera de todos os dez ministros que ocupam cadeiras hoje no Supremo. Nenhum esperou mais de oito dias entre a indicação presidencial e o início da tramitação no Senado.

Aliados do senador avaliam que dificilmente a sabatina ocorrerá antes de novembro. Isso só seria possível se houvesse uma mudança nos rumos do discurso e sinalizações de Bolsonaro.

O presidente da Casa sinalizou ainda que vai dar prioridade para pautas econômicas e de saúde. Impeachment de ministros do Supremo, portanto, está longe de ser uma prioridade.