Com sangramento intenso e dores devido a uma crise de hemorroida, o cozinheiro Gleyson Leone da Silva, de 28 anos, está na Santa Casa de Campo Grande, em busca de atendimento. Ele precisa de uma cirurgia de emergência, que foi negada, por não ser considerado um caso de urgência, segundo o paciente ouviu dos médicos do hospital.
Há 4 meses com a mesma crise, Gleyson estava com muitas dores e sangramento intenso quando procurou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas neste domingo (2). "Lá eles me avaliaram e o médico disse que meu caso era grave e eu precisava operar com urgência e me orientou a procurar a Santa Casa", lembra.
Sem conseguir o encaminhamento formal, ele voltou para casa, mas devido ao sangramento e à dor intensa, acionou o Corpo de Bombeiros, que o levou até o hospital.
Na Santa Casa o rapaz foi surpreendido pela negação da cirurgia e ouviu que o caso não era grave. "Eles disseram que iam me internar só para me dar dipirona e morfina na veia. Mas quando passa o efeito, a dor volta com tudo. E não vão fazer a cirurgia", conta.
"Disseram que meu caso não é emergência. Eu estou há quatro meses defecando sangue, não consigo mais trabalhar, nem ter uma vida normal", desabafa.
A alternativa apresentada ao paciente foi buscar o Hospital Regional por conta própria, onde teria que reiniciar todo o processo de avaliação médica. "Eles me deram um papel para eu ir ao Regional, mas como se eu nunca tivesse passado por médico nenhum. Querem começar tudo do zero. E até lá, eu só fico tomando remédio para dor", contesta.
Além da dor física, Gleyson relata o sofrimento emocional diante da situação. "Eu pedi ajuda, implorei, mas ninguém deu atenção. Estou machucado, desesperado. Isso está acabando comigo", disse.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa de Campo Grande e aguarda retorno sobre o caso do paciente.