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08/05/2014 06:00

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Com amor e arte, artista plástica Ana Ruas é destaque por transformar o cenário cultural do Estado

Dia do Artista Plástico

Nascida em Machadinho, no Rio Grande do Sul, ela conta que morava quando pequena em uma cidade chamada São João da Urtiga, junto com outras 500 pessoas. “Passei minha infância sonhando com cidade grande. Tinha muito tempo para pensar e criar, pois tínhamos que inventar brincadeiras para passar o tempo. Tenho muita saudade das minhas amigas de infância”, relembra.


Como quase toda criança, nas suas recordações daquela época estão os sabores, principalmente dos doces: “Para mim, infância tem gosto de bala que gruda nos dentes. No ano passado, descobri a bala Banzé, que tem o desenho de um cachorrinho e que eu adorava. Comprei 5 kg”, revela.


Suas lembranças de quando era menor foram parar em um texto, publicado em 2004 na Revista Pátio, onde conta todas sua experiência em arte na infância. Já a sua ligação com o meio artístico começou bem cedo, na época da escola, quando não conseguia entender o termo “desenho livre”.


(Foto: Arquivo pessoal)

(Foto: Arquivo Pessoal)


“A cada aula de Artes tinha esperança de conseguir interpretar aquele termo livre, que era combinado com a palavra desenho. Ter liberdade para desenhar era bom, mas por onde eu deveria começar?”, questiona. Segundo Ana, isso acontecia porque sua professora, na década de 70, não sabia que uma criação não acontece de modo aleatório.


Mas para sua sorte, aos oito anos no vilarejo onde morava, ela teve o primeiro contato com materiais artísticos. “Chegaram para mim tintas de tecido […] recebi também riscos de bordado para pintar panos de prato. Em alguns dias, ficou claro que não era apenas o desenho livre que sufocava, porque também os moldes prontos representavam uma outra forma de prisão à criatividade”, diz.


Já aos 15 anos, e mais madura, decidiu estudar artes com uma freira que dava aula de pintura na cidade. Aos 17 entrou na faculdade de Artes Plásticas. E aos 19, morando na cidade de Lago Vermelha, também no Rio Grande do Sul, começou a produzir pinturas em grandes dimensões.


(Foto: Arquivo pessoal)

(Foto: Arquivo pessoal)


“Eu tinha 22 anos, último ano da faculdade, cheguei em casa exausta e encontrei uma florzinha, um matinho arrancado da rua junto com um bilhete da minha mãe: 8 de maio, dia do artista plástico. Eu não sabia. Nunca esqueci do bilhete, do matinho e do improviso carregado de amor. Obrigada mãe por deixar eu ser artista.”


Ela saiu de Lagoa Vermelha, cidade onde sua mãe vive até hoje, quando tinha 22 anos. Morou em Campinas, São Paulo e na Flórida. Mas, há 18 anos, veio à Campo Grande para visitar e acabou gostando da cidade. “Fiquei encantada com o gritante azul do céu, então escolhi esta cidade para viver, constitui família e é onde eu trabalho.”


Hoje, além de profissional premiada, Ana é casada e possui dois filhos: Helena, de 8 anos, e Gustavo, de 10 anos. E quando ensina arte ela busca uma linha de trabalho que se distancia dos equívocos e da falta de preparo de seus mestres da época da escola. “Tomo como exemplo outros professores que, de maneira positiva, ensinaram-me a ouvir, sentir, pensar, descobrir, exprimir e fazer arte”.


(Foto: Arquivo pessoal)

(Foto: Arquivo pessoal)


Uma de suas paixões, as intervenções urbanas, ela considera “uma forma de fazer arte para falar do mundo”. “Sempre gostei de discutir lugar, espaço e a questão efêmera, além do que gosto de pinturas de grandes dimensões”, explica.


Seu seminário “Entre Vários Olhares: Da Pintura À Intervenção” foi contemplado pelo “Prêmio Funarte - Mulheres Nas Artes Visuais”. Entre 900 candidatas de todo o Brasil, 10 projetos foram selecionados, e o de Ana ficou em quarta colocação, sendo o único do Centro-oeste. “Tenho orgulho disso e de ter conquistado um público superior ao esperado neste evento que aconteceu em abril de 2014.”


Desde 2011, quando construiu um ateliê 'maior', ela continua produzindo suas telas, projetos para intervenções em áreas abertas ou instituições públicas e projetos sociais. Ao mesmo tempo, também oferece um serviço de utilidade ou interesse público, voltado para a arte e para a cultura em geral. A tentativa é ampliar as possibilidades de ações culturais na cidade.


(Foto: Arquivo pessoal)

(Foto: Arquivo pessoal)


Aos 47 anos, ela se considera uma mulher realizada. “Passei inúmeras horas diante do computador fazendo projetos para 2014. Como saldo eu posso afirmar que, todo o meu esforço e dedicação valeu à pena. O que joguei de bom para o universo, ele me devolveu em dobro”, finaliza.

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