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20/12/2023 12:25

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Top Literário: 'A Biblioteca dos Achados e Perdidos' aborda amor, luto e recomeços

Obra é emocionante e delicada, mas fica um pouco arrastada durante o caminho

'A Biblioteca dos Achados e Perdidos', de Susan Wiggs, é um romance sensível que aborda o amor, o luto, arrependimentos, laços familiares e recomeços. A obra, publicada pela editora Harlequin, é emocionante e delicada, mas fica um pouco maçante pela metade do caminho e exagera nos recursos 'deus ex machina', soluções improváveis, quase mágicas, para problemas que poderiam ser contornados de maneiras verossímeis.

Natalie perde o namorado e a mãe em um trágico acidente aéreo. Sua vida planejada de comercial de margarina desmorona e vira de cabeça para baixo. Não que ela estivesse contente com o que conquistou e os rumos que as coisas estavam tomando, mas ainda é uma reviravolta e tanto.

Com o desastre, ela precisa tomar a frente da livraria da família, à beira da falência, e tomar conta do avô diagnosticado com demência. O luto, a tristeza, a raiva e a dor de perder a mãe e ser engolida por um mundo de caos são descritos de forma natural, com todas as nuances do coração humano, que oscila entre sentimentos nobres e outros egoístas.

Nesta jornada, o empreiteiro Peach balança o coração de Natalie, mas ambos precisam resolver os problemas pessoais antes de começarem um romance. Um segundo interesse romântico aparece para complicar ainda mais a situação. Todas as dúvidas da personagem são deliciosamente acompanhadas de citações de livros e autores clássicos, para o deleite dos apaixonados pelos livros.

No entanto, a trama parece travar pelo caminho. Natalie quase esquece que também perdeu o namorado na tragédia, o que deveria ter maior impacto em seus pensamentos, mesmo que ela estivesse pensando em terminar. O pai dela aparece apenas para dizer que a mãe tinha os próprios segredos e nada evolui sobre o tema.

O principal impedimento entre o casal construído seria resolvido com cinco minutos de conversa e os funcionários da livraria são esquecidos no churrasco, ressuscitados lá pelo fim para brincarem de fadas madrinhas. O triângulo amoroso não convence e nem as razões que deixam um amor mais apelativo que o outro. Ao menos, o rejeitado não é transformado em vilão sem alma, apenas para formação do casal principal.

É uma história legal, com muitos temas importantes em discussão, especialmente sobre o luto. Mas a personagem "ganha na loteria" umas três vezes e escolhe ser abnegada todas as vezes, sendo que poderia resolver boa parte dos problemas no primeiro "milagre". A repetição de "disse ele/ela" me incomodou bastante também, só não sei dizer se o problema é da autora, da tradução ou da narração em audiolivro. Como história, acho que meu tempo valeu para conhecer a obra, só que também não entra na minha lista de indicações para outras pessoas.

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