Estou mais uma vez envolvida no esquema de pirâmide criado por dona Holly Black. Depois da trilogia 'O Povo do Ar', iniciada em 'O Príncipe Cruel', o livro extra e mais uma história situada no mesmo universo, acabo de ler O Herdeiro Roubado.

Desta vez, Jude Duarte e Cardan estão no trono há alguns anos e o menino Oak é um adolescente charmoso e letal. Ele recruta Wren, rainha exilada da Corte dos Dentes, apenas um ano mais velha e também uma criança na época da batalha das serpentes, para uma missão de resgate a Madok, que também pode acabar com uma possível insurreição no reino das fadas. 

Como sempre, as personagens são intrigantes, exuberantes e com descrições desconsertantes. Como mentir sempre usando a verdade? Essa premissa sempre traz engenhosos enigmas e jogos de palavras. Fico sempre impressionada com a capacidade da autora de deixar tantos segredos nas entrelinhas.

Me deixei voltar a esse universo com alegria, mas as personagens não me cativaram da mesma forma. Wren é feroz, mas um pouco sem sal. Oak lembra o charme de Cardan, mas a crueldade não convence, apesar de astuto. E como já sou fã de Holly, esperava a captura do herdeiro prometida no título do livro, que demorou muito para ser exatamente uma surpresa. O final tem algumas reviravoltas interessantes, mas não consigo deixar de sentir que esse universo deveria ter sido encerrado, apesar de ser um deleite poder retornar.

O mesmo aconteceu com Harry Potter (A Criança Amaldiçoada), Jogos Vorazes (As Canções de Pássaros e Serpentes - não que eu não tenha gostado), Maze Runner (Ordem de Extermínio), até mesmo o Riordanverso... 

Amei 'Percy Jackson e os Olimpianos', mas, por mais que tenha lido 'O Herói Perdido' e o primeiro livro das crônicas Kane, algo se perdeu no meu coração. 'Estilhaça-me', eu nem lembro onde me perdi porque Tahereh Mafi, aparentemente, desistiu de acabar com a série. 'Feios', de Scott Westerfeld, ainda trouxe uma proposta nova no quarto livro, que pode ser lido a parte, mas sinto falta dos pontos-finais.