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Top Literário: o que eu gostaria de saber antes de ler Ubik

Livro lançado em 1969 traz questões universais que a humanidade ainda não resolveu

Ubik, de Philip K Dick, publicado pela editora Aleph, é um desses livros que você lê rapidamente, mas passa semanas refletindo, montando as peças do quebra-cabeça, procurando pistas perdidas.

Nesta obra, telepatas podem invadir sua mente e precogs conseguem fazer previsões do futuro. Na forma mais simples que consegui compreender, esses humanos evoluídos atuam como hackers para os mais diversos interesses.

Assim, como uma balança evolutiva, existem inerciais e anti-precogs, que conseguem bloquear a ação dos outros grupos. Dentro do sistema capitalista, conhecemos a empresa de Rucinter, especialista em proteção e segurança.

Veja bem, só entendi totalmente a dinâmica depois que acabei o livro, então coloco aqui apenas informações que eu gostaria de saber antes de iniciar nessa jornada de ficção científica.

O futuro imaginado por Dick se passa em 1992, o que embaralha ainda mais a compreensão de uma leitura 30 anos após as prospecções. Lançado em 1969, é compreensível que o autor suponha que os humanos já dominaram as viagens intergalácticas considerando a corrida espacial na década - queria, mas no momento a minha maior preocupação é como sobreviver às ondas de calor (deveria ler Duna).

O anacronismo é um desafio, mas superável com um pouco de conhecimento de história e readaptação. O livro dá muita importância a moedas, já que cartão de crédito e o brasileiríssimo PIX ainda não tinham sido desenvolvidos. E o uso pode ter sido proposital, pois, na filosofia, moedas também são usadas para relacionar vida e necessidade de vida. O jornal ainda é impresso, mas existem vidfones, a nossa atual videochamada.

Somos apresentados ainda a um contexto totalmente novo: as meia-vidas. Se um corpo foi embalsamado a tempo, enquanto ainda há atividade cerebral, ele pode ser preservado em bolsas térmicas em moratórios pelo mundo e serem invocados para conversarem com os vivos, seja para matar a saudade ou dar conselhos.

O que acontece enquanto os humanos estão nesse meio do caminho é um dos pontos essenciais da trama, que discute o que é realidade ou não, quem determina como as coisas são, como é a conexão entre os mundos dos vivos e dos mortos.

Neste ponto, teria me ajudado saber que o autor era católico, mesmo que o livro não exclua nenhuma religião, nem mesmo o ateísmo. Fica mais fácil enxergar temas trabalhados em Ubik sabendo qual corrente Philip usou de ponto de partida, uma vez que ele traz questões inerentes aos seres humanos que nem ciência ou religião trazem respostas incontestáveis.

Após me adaptar ao que vingou ou não na atualidade, quais os poderes das personagens, quais as peculiaridades desta distopia, destaco a trama de espionagem industrial. Rucinter e sua equipe são contratados para impedir o roubo de dados de uma empresa e precisam viajar até Luna, onde um ataque surpresa, possivelmente promovido pelo grupo hacker, muda toda a ordem estabelecida como realidade.

Quem está vivo? Quem está morto? Quem é o vilão? Quem é o mocinho? O que é a realidade? Quem está no controle? O que é Ubik? O que ele faz? O que são essas propagandas jocosas no início de cada capítulo? Em qual lugar no espaço/tempo as personagens estão inseridas? As cidades exploradas na narrativa têm significados próprios? E as moedas? Qual os limites éticos da ciência? O que é Deus?

Tudo o que tenho são teorias, o que faz do livro genial. Não espere respostas, mas muitos questionamentos. Muitas das ideias presentes em Ubik podem ser observadas em obras mais atuais, como Matrix, Black Mirror, Incepcion/A Origem, Good Place.

Por fim, comece a leitura sabendo que Ubik se origina de uma palavra em latim que significa onipresente. Por favor, compartilhe suas teorias!

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