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Campo Grande

10/06/2018 12:16

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Domingo é marcado por protestos contra impunidade e relembra crimes trágicos na Capital

Familiares da advogada Carolina, de Moisés, Juninho e Gilliard fizeram mobilizações

Grupos de familiares mortos em tragédias realizaram protestos em diferentes pontos de Campo Grande, durante a manhã deste domingo (10). Casos de grande repercussão regional foram lembrados com a dor do luto e com o grito por justiça por parentes da advogada Carolina, do estudante Juninho, do policial militar Gilliard e do operador Moisés.

A dor de perder um ente querido fica ainda mais presente quando atrelado ao sentimento de impotência. A solidariedade e o apoio de pessoas que passaram pela mesma tragédia são fundamentais para que a família tente voltar à rotina. 

É dessa forma que Maria Auxiliadora Batista Albuquerque, mãe da advogada Carolina Albuquerque Machado - morta em um acidente de trânsito em novembro do ano passado -, busca forças para seguir em frente. Mesmo  machucada com a perda da filha, Maria Auxiliadora participou do protesto, organizado pela família de Moisés, na esquina da rua Ceará com Euclides da Cunha. 

“Eu ainda estou em processo de luto, para mim é doloroso. Carolina tinha planos, era focada, tinha feito o primeiro concurso público para o Tribunal de Justiça. Nossos filhos viraram números, mas a sequela psicológica é muito grande. Fui arrancada do meu sonho por um pesadelo naquela madrugada. Eu vim dar apoio aos outros familiares das outras vítimas. Peguei minha dor, coloquei no bolso e vim.”

Um pouco mais à frente, no outro cruzamento e com um cartaz em mãos está concentrada a irmã do policial militar Gilliard Félix, morto em um acidente de trânsito em março de 2013. O PM estava indo abastecer o carro, na BR-163, quando foi atingido por um empresário bêbado e procurado pela Justiça do Paraná. 

Desde a morte do irmão, Aline Lira, tem se engajado em protestos e mobilizações de conscientização no trânsito. 

“É importante as famílias se reunirem porque quando voltamos para a casa ficamos mal e por isso a adesão nesses protestos é pequena. O homem que matou meu irmão pagou a fiança e agora está solto e respondendo o processo morando em Três Lagoas."

Felipe Luis da Silva Oliveira também compartilha da dor de perder um irmão. Moises Luis da Silva Oliveira, de 22 anos, morreu após ser atropelado na faixa de pedestre em frente à uma conveniência. O carro, que vinha a mais de 100 km/h, bateu em Moises que voou por alguns metros e morreu na hora. O condutor do veículo fugiu do local, foi detido, mas pagou a fiança e responde em liberdade.

O caso, segundo a família, fica ainda mais revoltante porque o crime já deveria ser inafiançável.

“A violência no trânsito afeta todo mundo, a vida do meu irmão jamais voltará, mas que sirva de exemplo. Até hoje, nem o motorista e nem o advogado procuraram a gente, nem para dar uma satisfação ou pedir desculpas. Bateu em 120 km/h no meu irmão e deixou ele caído na rua como se fosse um saco de lixo. A audiência foi ridícula e durou menos de 10 minutos. Que justiça é essa?”, questionou Felipe.

No bairro Pioneiros, uma carreata seguida de pedestres com balões brancos e banners chamava a atenção de quem passava pelo local. A mobilização era pedindo respostas pelo assassinato de Luiz Junior Souza, de 17 anos, morto com um tiro na nuca disparado por um policial militar na saída de um baile funk.

Jéssica Bastos de Souza, irmã mais velha da vítima, lamenta a desestruturação da família após o crime. Ela conta que todas as vezes que foram até a Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) Piratininga atrás de respostas e esclarecimentos, só recebiam desculpas.

“Queremos pedir justiça e queremos respostas. Com essa passeata pacífica esperamos chamar a atenção das autoridades porque meu irmão tinha apenas 17 anos e nem brigar dentro da festa ele brigou. Hoje faz um ano que estamos sem saber o que realmente aconteceu.”
 

 

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