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Estratégias de combate asseguram redução histórica em casos de Dengue, mas período exige cuidados

Apesar do saldo positivo, a instabilidade climática proporciona um aumento natural na proliferação do mosquito

29 novembro 2018 - 18h21Por Da redação com assessoria
Estratégias de combate asseguram redução histórica em casos de Dengue, mas período exige cuidados

Em 2018, Campo Grande registrou o menor número de casos notificados de Dengue dos últimos quatro anos. Resultado do trabalho de planejamento e estratégias adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) no combate ao mosquito Aedes aegypti ao longo dos últimos dois anos. Apesar do saldo positivo, a instabilidade climática proporciona um aumento natural na proliferação do mosquito, que é potencializado pelo descarte ou armazenamento inadequado de materiais acumuladores de água e, consequentemente, traz riscos à população.

Conforme série histórica extraída do boletim epidemiológico da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), de janeiro a novembro de 2015, foram registrados 7.903 casos notificados da doença. No mesmo período de 2016, foram 28.158 notificações, enquanto que em 2017 foram 2.910 casos e em 2018 o número de notificações reduziu para 1.828, ou seja, mais da metade.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, o resultado faz parte de um trabalho que vem sendo executado pela SESAU desde o início de 2017. No entanto, é preciso que haja um engajamento maior da população, uma vez que, apesar da redução dos casos de Dengue, existe um avanço de casos de Chikungunya e Zika, doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Além disso, segundo o secretário, existe o risco de termos novas epidemias caso toda a sociedade não se conscientize de que cada um precisa fazer a sua parte.

“Desde o início, tivemos a preocupação em agir o quanto antes, para que em um futuro próximo não enfrentássemos novas epidemias de doenças relacionadas ao Aedes. Porém, essa época do ano, onde se tem um aumento nas chuvas e calor intenso, aumenta a proliferação do mosquito e, por sua vez, os riscos de doenças. Por isso, pedimos a toda a população, que nos ajude nesta causa. Não adianta somente o poder público fazer a sua parte; Essa é uma batalha que tem que começar dentro de casa e o último LiRaa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) mostra que isso não está sendo feito de maneira correta, uma vez que, 80% dos focos ainda continuam sendo encontrados no interior das residências”, comenta.

Perigo dentro de casa

Conforme o levantamento, a área mais crítica é da UBSF Paradiso que abrange os bairros Monte Castelo, Seminário e Vila Nossa Senhora das Graças, com Índice de Infestação Predial (IPP) de 9%. Em maio, o IPP da área era menor que 2%, o que representa um aumento de mais de 6%.

As áreas das UBSFs Jardim Azaleia e Alves Pereira apresentam índice de 8.1%, seguidas da UBS Mata do Jacinto e UBSF Vila Fernanda com 6.7%, UBSs Universitário e Caiçara com 6.6%.

O levantamento revela ainda que 15,32% dos focos do mosquito foram encontrados em baldes, 14,74% em pneus, 11,56% em latas, 7,37% em tambor, 5,78% em caixas d’água e 5,35% em vasos de plantas.

Para conscientizar a população, a SESAU intensificou as ações educativas durante a Semana Nacional de Combate ao Aedes. Foram realizadas diversas palestras em escolas com alunos e professores, blitzes educativas em ruas e avenidas da Capital com entrega de material informativo.

Estratégias

A primeira medida da gestão foi intensificar as ações de educação em saúde, com o lançamento da campanha “Operação Mosquito Zero: É matar ou morrer”, em março do ano passado.

A iniciativa que surgiu de uma parceria da prefeitura com a Câmara Municipal de Campo Grande e a Caixa de Assistência dos Servidores do Mato Grosso do Sul (CASSEMS), teve por objetivo reforçar a mobilização social para a prevenção, que é uma das principais ações na diminuição dos focos do Aedes aegypti, contribuindo assim para a redução no número de casos não só da dengue, mas também da zika e chikungunya.

Cidade Limpa

Ainda em 2017, a SESAU desenvolveu o projeto “Cidade Limpa”, para recolhimento de resíduos de grande volume. Uma iniciativa inédita com parceria das secretarias de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb).
Mais de 30 toneladas de lixo foram recolhidas nas duas edições do projeto nos bairros Jardim Noroeste, Cidade Morena e Nova Capital e recentemente no Jardim Botafogo, regiões com maiores índices de infestação  do mosquito Aedes Aegypti.

Fumacê

Diariamente, três equipes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) realizam a borrifação de inseticida a Ultra Baixo Volume Pesado (UBV) – popularmente conhecido como fumacê – nas sete regiões urbanas de Campo Grande, como complemento ao trabalho realizado pelos agentes de campo.

A orientação à população é para abrir portas e janelas quando o veículo passar pela rua. Assim, as gotículas do inseticida chegarão até o interior da residência, onde normalmente o Aedes aegypti se abriga.

A aplicação do inseticida visa atingir, principalmente, as fêmeas do mosquito causador das doenças, mas é possível que outras espécies de insetos sejam atingidas e, por isso, a utilização deste método de aplicação deve ocorrer de forma criteriosa.

Dia D – Semana Nacional de Combate ao Aedes

A Semana Nacional de Combate ao Aedes termina nesta sexta-feira (30), com o “Dia D” em Campo Grande, na Escola Municipal Elpídio Reis, a partir das 7h30. O evento, que tem a parceria dos governos Federal, Estadual e Municipal, busca mostrar para a sociedade a importância de eliminar os criadouros do mosquito  no início do período de chuvas, já que os casos tendem aumentar.

Está previsto ainda apresentações artísticas de crianças de escolas municipais e estaduais, além de homenagens aos trabalhos escolares de alunos que desenvolveram projetos com objetivo de conscientizar outros estudantes quanto a importância de eliminar os criadouros do mosquito.

Serviço

A  Escola Municipal Elpídio Reis, está localizada na Rua Tertuliano Ghersel Cattanei, s/n – Conj. Res. Mata do Jacinto.