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Política

Para Simone Tebet, manifestação de domingo não é só pró-Bolsonaro; é um pedido de basta!

Senadora vê radicalismo no presidente e risco de o país ser mandado por milícias

24 maio 2019 - 19h00Por Celso Bejarano, de Brasília

Domingo, dia 26, por vontade do chamado “núcleo duro” do governo de Jair Bolsonaro (PSL), de direita, espectro político assumido, milhares de pessoas devem encher ruas e praças pelo país fora. Em Campo Grande, por exemplo, o ato será promovido na Avenida Afonso Pena, uma das principais vias da cidade. Mas, afinal, qual é ponto central do manifesto?

Próximos do presidente veem no evento uma reação da sociedade em prol da governabilidade do capitão da reserva do Exército, que estaria sendo “ameaçada” pelo que chamam de “velha política”. No entanto, o próprio presidente, que desde o início do governo desdiz o que disse antes em período de horas, afirmou, como sempre, pelas redes sociais, que nem ele nem seus ministros vão para as ruas.

A senadora sul-mato-grossense Simone Tebet (MDB), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, vê a corrente puxada pelos seguidores de Bolsonaro com “perplexidade”. Contudo, disse ser “favorável” a todas as manifestações de ruas, “sejam quais forem”, mas faz um alerta:

“É um termômetro muito bom, o movimento das ruas. É uma forma de amadurecimento da democracia, ouvir as pessoas”, avalia.

Mas, para a senadora, não só as redes sociais refletem o que a sociedade aguarda de um governo. Simone crê que o manifesto de domingo terá sua porção de militantes da extrema direita, pró-Bolsonaro, porém, a parcela não deva superar 15% dos protestantes.

Leque de protestos

Para a senadora, o ato deve protestar contra “a corrupção, manifestar-se em prol do pacote anticrime, contra o Supremo Tribunal Federal e contra o Congresso Nacional. O importante é a leitura do movimento, que leiam corretamente”.

Ela afirmou ainda que o presidente recorre a um radicalismo incerto ao criticar o Congresso Nacional.

No caso, ela focaliza as recentes declarações do presidente, que disse ser difícil governar o país dada as imposições políticas as quais estariam experimentando. Ou seja, Bolsonaro queixou-se do conhecido toma-lá-dá-cá dos políticos, estratégia que combatia na campanha eleitoral.

Todos corruptos

A senadora recordou, por exemplo, a renovação da Câmara dos Deputados em 50% [composta por 513 parlamentares] e o fato de o presidente ter agido diretamente na eleição da presidência do Senado. Ou seja, há deputados federais e senadores que só foram eleitos por influência do presidente.

Nas palavras do Bolsonaro, disse a senadora, “todo mundo é corrupto”. “Ele [Bolsonaro] está ouvindo pessoas erradas, culpando pessoas erradas, instituições erradas, desprezando a política”.

Para a senadora, enfraquecer a política, abre caminho para o surgimento de um governo paralelo, chefiado por milícias, traficantes de droga, contrabandistas de cigarro, grupos de endinheirados.

Outra queixa da senadora: Bolsonaro, embora tenha apresentado a reforma da Previdência, não se empenhou por sua aprovação, no Congresso.

E, na hora de tratar da segurança, por meio de uma Medida Provisória, autorizou qualquer cidadão a comprar até fuzis em lojas de armamentos. Simone disse que, ao invés de o presidente recorrer a essa medida, já retirada pelo próprio presidente, devia deixar o assunto ser tratado pelo ministro da Justiça.